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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Terroristas, ativistas e “passivistas”…

Vocês se lembram quantas vezes reclamei aqui do fato de a imprensa brasileira, com raras exceções, chamar Cesare Battisti de “ativista”. Até brinquei: “Vai ver os passivistas são aqueles que ele matou…” Os mais finórios iam ainda mais longe: Battisti seria um “ex-ativista”. O delinqüente raramente é chamado por aquilo que é: um terrorista. A […]

Por Reinaldo Azevedo 27 jul 2011, 20h16 • Atualizado em 31 jul 2020, 11h16
  • Vocês se lembram quantas vezes reclamei aqui do fato de a imprensa brasileira, com raras exceções, chamar Cesare Battisti de “ativista”. Até brinquei: “Vai ver os passivistas são aqueles que ele matou…” Os mais finórios iam ainda mais longe: Battisti seria um “ex-ativista”. O delinqüente raramente é chamado por aquilo que é: um terrorista.

    A palavra finalmente foi resgatada do arquivo: Anders Breivik está sendo tratado por aquilo que é: terrorista! É o certo! É esse o nome que lhe cabe. Seria ridículo chamá-lo um “ativista”, não é mesmo? Só não sei se aqueles que recorrem a esse vocábulo para definir Battisti o fazem porque consideram que terrorismo de esquerda é um iluminismo ou porque reconhecem a todo “ativista” o direito de matar ao menos quatro pessoas — só acima dessa linha de corte é que estaria caracterizado o “terrorismo”.

    Acho que compreendo o que pensam: um extremista de direita pode ser chamado de “terrorista” porque é óbvio que ele não pretendia nada de bom. Já um extremista de esquerda, coitado!, apenas escolheu um método não muito bom de lutar por justiça.

    Essa arquitetura moral é asquerosa. Usar um vagabundo homicida como Breivik para fazer guerrilha ideológica é o ponto extremo da canalhice intelectual. E tanto pior se aqueles que o fazem costumam esconder os crimes dos que estão abrigados em seu guarda-chuva ideológico.

    Procedam a uma pesquisa. Vejam quantos são os que chamam o Hamas, por exemplo, de movimento terrorista. Tentar alvejar populações civis com foguetes ou explodir uma bomba em área pública são coisas vistas como parte da luta política. Tanto é assim que se cobra de Israel uma reação “proporcional” — se é que tem de haver reação; boa parte acha que não…

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    Uma ova! Breivik é terrorista. Battisti é terrorista. O Hamas, que condenou os atentados na Noruega, é terrorista. Esse relativismo canalha que distingue o bom do mau terrorismo é asqueroso. Numa entrevista na GloboNews, um professor da UFRJ, Francisco Carlos Teixeira, chegou a dizer que os atentados praticados por Breivik eram “mais políticos e mais direcionados” do que o ataque às Torres Gêmeas. Com isso, sugere que ele participa de uma conspiração mais organizada — e, quem sabe, mais perigosa! — do que a própria Al Qaeda. A propósito: Slavoj Zizek, marxista com amplo trânsito no Ocidente, inclusive no Brasil, vê no terrorismo uma forma de atuação política aceitável — não o “de direita”, suponho…

    É um conforto saber que intelectuais franceses de direita não vão criar um grupo de apoio a Breivik, como fizeram os de esquerda em apoio a Battisti. A razão é simples: o vagabundo é um nazistóide paranóico, que está à margem da política. Já Battisti virou um herói da resistência. Por mim, todos os vagabundos citados neste texto deveriam debater suas divergências na cadeia!

    Agora quero ver um esquerdista escrever o mesmo.

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