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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Tarso Genro compete com Tarso Genro para saber quem faz a maior bobagem

Nunca, mas nunca mesmo, leitor, desconfie da capacidade de Tarso Genro de superar Tarso Genro (PT). O atual governador do Rio Grande do Sul vive numa espantosa competição consigo mesmo. Às vezes, acho que ele acorda, olha-se no espelho e diz: “Tarso, qual será o absurdo que você vai cometer hoje que supere o de […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 11h22 - Publicado em 12 jul 2011, 22h11

Nunca, mas nunca mesmo, leitor, desconfie da capacidade de Tarso Genro de superar Tarso Genro (PT). O atual governador do Rio Grande do Sul vive numa espantosa competição consigo mesmo. Às vezes, acho que ele acorda, olha-se no espelho e diz: “Tarso, qual será o absurdo que você vai cometer hoje que supere o de ontem?” O homem é do tipo que sente ciúme das próprias bobagens, daí que as renove permanentemente.

Quando escrevo coisas assim, os petralhas logo se assanham: “Mas ele foi eleito! Você está contestando a vontade do povo?” Eu não! A democracia continua a ser o melhor dos piores sistemas, o que não quer dizer que os eleitores façam sempre as melhores escolhas. Por isso, quando o jornalismo aponta as porcarias que fazem os governantes, não se está contestando a democracia, mas alertando para que se façam, no futuro, melhores escolhas. Adiante. Qual é a história do dia envolvendo Tarso Genro? Leiam o que informa a Agência Estado. Volto em seguida:
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A bancada do PSDB na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul criticou o governador Tarso Genro (PT) e “outras autoridades políticas” que participaram de um ato de desagravo ao vereador de Porto Alegre Pedro Ruas (PSOL), condenado pelo Tribunal de Justiça por ofensas ao ex-marido da ex-governadora Yeda Crusius (PSDB), Carlos Crusius. Em nota, os cinco parlamentares tucanos afirmaram que o ato suprapartidário de desagravo “envergonha a política gaúcha”, manifestaram-se “estarrecidos” diante da postura do governador e sustentaram que “não há reparo a fazer contra uma decisão criminal”. Em outro trecho do texto, destacam que “o desagravo serve para reparar ofensa ou injúria de quem foi ofendido e não de quem injuriou, difamou e ofendeu, sem nada provar, de maneira leviana e maldosa”.

O fato inicial ocorreu em 2009, ano em que aliados do governo de Yeda Crusius se viram acossados por uma série de acusações de corrupção. No dia 11 de maio daquele ano, Ruas disse, num programa da TVCom, que Carlos Crusius “furtava da campanha”, referindo-se à corrida eleitoral de 2006. Crusius processou o vereador, perdeu no primeiro grau, mas apelou ao segundo grau e teve sua demanda atendida pela Turma Recursal Criminal, que condenou Ruas, por difamação, a três meses de detenção e converteu a pena em multa de R$ 2,1 mil no dia 4 de julho. O vereador já anunciou que vai levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que a Constituição garante aos parlamentares a inviolabilidade pelo direito de palavras, opinião e votos.

Em seu breve discurso durante o ato, ontem, Tarso disse que não estava questionando a decisão do Judiciário, mas fazendo uma manifestação política em defesa da liberdade de expressão. O deputado estadual Raul Pont (PT) disse que levou “solidariedade política” a Ruas e deu a entender que o vereador fez denúncias com argumentos sólidos, que estão num processo que corre contra Crusius e outros nove réus na Justiça Federal de Santa Maria.

Voltei
É um escárnio! Tarso Genro é aquele senhor que, quando ministro da Justiça, contra parecer do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), concedeu refúgio para o homicida Cesare Battisti, comportando-se como corte revisora da Justiça italiana, num dos casos mais escandalosos e estúpidos de que se tem notícia na relação do Brasil com outros países, que manchou a reputação do país.

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Muito bem! No caso do vereador do PSOL,  pouco importa a opinião que Tarso tenha sobre o episódio em si ou as eventuais simpatias que nutre pelo partido de sua filha, Luciana Genro. Ele, agora, não é só um militante do PT. Também é um governador. É um escândalo, uma estupidez, que empreste a força do cargo para fazer pressão contra a Justiça, especialmente porque seu alvo é um adversário político.

A ação de Tarso, de certo modo, corresponde a uma confissão. O PT foi uma das forças que, de modo organizado e diligente, dedicou-se, dia-a-dia, a desconstruir o governo de Yeda Crusius, com uma cascata infindável de acusações, que depois viraram poeira.  ‘Normal!”, diria alguém. Não! Tarso era ministro da Justiça. Como se vê, mesmo vitorioso, ele continua em guerra contra os adversários. Até aí, vá lá: o que é inaceitável é que coloque a força do cargo nessa tarefa. E tudo em nome da “liberdade de expressão”.

Não se esqueçam: Juan Arias, correspondente do El País (veja posts abaixo), perguntou por que os brasileiros não se indignam. Eu prometi que escreveria a respeito. Escreverei. Vocês verão o que Tarso, ou seu comportamento, tem a ver com isso.

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