Tá feia a coisa…
Na Folha Online:O nervosismo do mercado financeiro com o pedido de concordata do banco norte-americano Lehman Brothers empurrou o dólar de volta para a casa de R$ 1,8 nesta segunda-feira. Analistas destacaram o aumento da aversão ao risco pelo investidor global, que tira recursos de commodities e ações de mercados emergentes para títulos do Tesouro […]
O nervosismo do mercado financeiro com o pedido de concordata do banco norte-americano Lehman Brothers empurrou o dólar de volta para a casa de R$ 1,8 nesta segunda-feira. Analistas destacaram o aumento da aversão ao risco pelo investidor global, que tira recursos de commodities e ações de mercados emergentes para títulos do Tesouro americano. Na esteira pessimista, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) desaba.
Nas últimas operações desta segunda-feira, o dólar comercial foi cotado a R$ 1,808 na venda, o que significa um acréscimo de 1,51% sobre a cotação de sexta. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi negociado a R$ 1,930, com avanço de 1,04%.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, despenca 7,3% e desce para os 48.566 pontos. O giro financeiro é de R$ 5,55 bilhões. O volume financeiro é inflado pelo vencimento de opções, que movimentou R$ 1,6 bilhão.
Refletindo o pessimismo dos grandes investidores globais, as taxas de risco-país dispararam, de volta à casa dos 300 pontos.
Além do risco-país, o exemplo mais visível dessa aversão ao risco pode ser visto no saldo negativo de investimentos estrangeiros na Bolsa brasileira: em junho, foi negativo em R$ 7,41 bilhões (vendas maiores que compras de ações); em julho, foi negativo novamente, em R$ 7,62 bilhões e em agosto, mais R$ 2,25 bilhões deixaram o mercado acionário doméstico. E neste mês, até o pregão do dia 10, as vendas superaram as compras em R$ 864,7 milhões.
Na Europa, as principais Bolsas de Valores registraram fortes perdas, a exemplo de Londres (declínio de 3,92%) e Frankfurt (baixa de 2,73%). Nos EUA, a Bolsa de Nova York caia 2,35%.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que a crise americana é “bastante séria”, e embora tenha afirmado que o Brasil está preparado, reconheceu que não é possível saber como devem se comportar as economias emergentes.
Para economistas, a crise pode afetar os emergentes pelo lado da demanda. A crise dos “subprimes” provocou uma contração na oferta de crédito que fatalmente afeta o consumo dos cidadãos nas economias centrais (EUA, Europa e Japão), o que atinge a demanda por commodities.
Juros futuros
O mercado futuro de juros, que serve de referência para as tesourarias dos bancos, rebaixou as taxas projetadas para 2009 e 2010.
No contrato de janeiro de 2009, a taxa projetada retraiu de 14,03% ao ano para 13,99%; no contrato de janeiro de 2010, a taxa projetada caiu de 14,64% para 14,63%; e no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada subiu de 14,38% para 14,45%.