SP precisa aprender com o governo do PT como se faz – Estatais federais comemoram contratos de R$ 244 milhões e R$ 172 milhões celebrados com um só consórcio (Alstom-CAF), que não teve concorrentes
Há coisas que realmente não têm preço, não é? Ou têm! E custam caro! Na coletiva, o governador Geraldo Alckmin (ver post) anunciou que, em maio, a CPTM, empresa de trens urbanos do Estado de são Paulo, cancelou uma licitação porque compareceu apenas um consórcio para fornecer trens. Já a estatal federal Trensurb, que responde […]

Há coisas que realmente não têm preço, não é? Ou têm! E custam caro! Na coletiva, o governador Geraldo Alckmin (ver post) anunciou que, em maio, a CPTM, empresa de trens urbanos do Estado de são Paulo, cancelou uma licitação porque compareceu apenas um consórcio para fornecer trens. Já a estatal federal Trensurb, que responde pelo metrô de Porto Alegre, como informei, não teve esse problema. Fez uma licitação para 15 trens de quatro carros cada um, orçada em R$ 243,75 milhões. Quantos consórcios apareceram? APENAS UM, o FrotaPOA, formado por quem? Pela Alstom e pela CAF. A primeira empresa ficou com 93% do contrato, e a segunda, com 7%.
E vejam que coisa bonita! A estatal federal — cuja chefe, então, em último caso, é mesmo a presidente Dilma Rousseff — ainda se orgulha do feito. Tanto é assim que, em sua página na Internet, exalta o feito, como revela a imagem abaixo.
Também a Alstom, em seu site, comemora o feito.
Muito bem! Esse mesmo consórcio “venceu” a licitação em Belo Horizonte, um contrato de “mais de R$ 171,9 milhões”, como informa a também estatal federal CBTU. E foi o único mais uma vez. Mas, agora, quem lidera com os cerca de 93% é a CAF, cabendo à Alstom os outros 7%. A CBTU também glorifica a si mesma.
Encerro
Nããão! É claro que não estou aqui a acusar irregularidades. Não sei de nada. O que sei é que, em São Paulo, ao se apresentar um único consórcio para a compra de trens, a licitação foi cancelada. As duas estatais federais, a Trensurb e a CBTU, não veem mal nenhum nisso. Celebram contratos, respectivamente, de R$ 243, 75 milhões e R$ 171,9 milhões com o mesmo consórcio, que não teve de concorrer com ninguém. Como existe uma espécie de fraternidade universal entre essas empresas, no primeiro, uma fica com 93%, e a outra, com 7%; no segundo, invertem-se as porcentagens.
Mas por favor, gente! Façam como o Cade de José Eduardo Cardozo, o garboso da Justiça: não suspeitem jamais de que isso possa ser cartel. Como se vê, o governo de São Paulo precisa aprender com o governo federal, do PT, como é que se estimulam a concorrência e o preço mais baixo…
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