SP mantém veto a estatais no leilão da Cesp. E faz bem!
Por Agnaldo Brito, no Estadão. Volto depois:O governador José Serra manteve a proibição da participação de estatais no leilão de privatização da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), empresa hoje formada por seis usinas hidrelétricas e dona de 9,6% da capacidade instalada do País.A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia de Energia […]
Por Agnaldo Brito, no Estadão. Volto depois:
O governador José Serra manteve a proibição da participação de estatais no leilão de privatização da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), empresa hoje formada por seis usinas hidrelétricas e dona de 9,6% da capacidade instalada do País.
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia de Energia Elétrica do Paraná (Copel) já haviam anunciado a intenção de participar em consórcios do leilão marcado para o dia 26 de março.
A confirmação, aguardada pelo mercado, foi dada ontem, quando a Secretaria Estadual de Fazenda publicou o edital de privatização com o preço mínimo de R$ 49,75 por ação – cerca de R$ 16 bilhões por todas as ações e R$ 6,6 bilhões para o Estado de São Paulo pelas ações de controle.
A primeira reação à manutenção do veto veio ontem mesmo. O presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais, disse que a proibição de São Paulo ainda será avaliada pela companhia. “A Cemig continua interessada em participar do leilão da Cesp e ainda vai avaliar, do ponto de vista jurídico, a possibilidade de participar”, disse.
Liberada pelo governador paranaense Roberto Requião, a Copel também informou que poderia recorrer à Justiça caso as condições do negócio fossem de interesse da companhia. A reportagem tentou ouvir a direção da Copel sem sucesso.
O veto às estatais no Programa Estadual de Desestatização (PED) não é novo. A exclusão do capital público nas privatização foi imposta na primeira fase da desestatização, ainda no governo Mário Covas. O objetivo era garantir o ingresso do capital privado no setor de infra-estrutura e evitar a influência política na gestão das companhias.
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Comento
Está sendo noticiada como grande novidade a manutenção de um princípio, correto, que vem lá do governo Covas. E o princípio é desestatizar, e não estatizar por outros meios, que é o que aconteceria se Cemig e Copel entrassem. Alguns idiotas estão chiando: “Ah, é por causa de Aécio!” Que coisa mais energúmena, não!? Por acaso ele permanecerá para sempre como governador de Minas? Aliás, que tal vender a Cemig e a Copel também? Tenham paciência!
Qual é o problema das estatais? Se bem geridas, não podem dar lucro? Ah, podem. Mas dão ao estado e a partidos que estão no governo um poder que eles jamais deveriam ter. Se empresas do próprio estado ou federais já vivem enroladas em problemas políticos, imaginem uma unidade da federação podendo dar pitaco na outra.
Observem que boa parte dos problemas da administração pública — e dos escândalos — decorre de termos um excesso de estado, e não o contrário. Em vez de se meter em energia no rincão vizinho, Minas e Paraná podiam, sei lá, cuidar melhor de seus presídios, de suas estradas, de suas escolas etc e tal. E, de preferência, privatizando o que pode ser privatizado. Sim, sei que a Cemig já atua um pouco fora de Minas. Já está de bom tamanho. Deixem o dinheiro privado entrar, deixem…