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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Sobre covardes e corajosos

Bento 16 criticou certa mídia: “É preciso dizer não àqueles meios de comunicação social que ridicularizam a santidade do matrimônio e a virgindade antes do casamento”. Por motivos diversos, eu também critico a mídia, mesmo sendo parte dela. Eu não sou nada, e Bento 16 é quem é. Eu não tenho como prejudicar a mídia […]

Por Reinaldo Azevedo 12 Maio 2007, 17h50 • Atualizado em 31 jul 2020, 22h28
  • Bento 16 criticou certa mídia: “É preciso dizer não àqueles meios de comunicação social que ridicularizam a santidade do matrimônio e a virgindade antes do casamento”. Por motivos diversos, eu também critico a mídia, mesmo sendo parte dela. Eu não sou nada, e Bento 16 é quem é. Eu não tenho como prejudicar a mídia de que discordo. O papa também não. Eu expresso uma opinião. Ninguém precisa me seguir. O papa expressa a dele, falando em nome dos católicos. Os que não quiserem segui-lo podem escolher outro caminho. Não obstante, já começou a grita dos libertários de meia-tigela. A pergunta é sempre a mesma, variando nas palavras e no tom, mas não no sentido: “Quem esse cara pensa que é?” A Veja que chega hoje às bancas e aos assinantes reproduz uma frase deste blog na seção Veja Essa: “Pregar a morte de Deus no Ocidente é covardia. Corajoso seria pregar a morte de Alá em Teerã.” O sentido é claro: ninguém consegue ser valente hoje em dia contra a Igreja Católica. É uma valentia desnecessária. O máximo que pode acontecer ao desaforado é receber o perdão.

    O que vale no mundo vale, em escala reduzida, para o Brasil: os vagabundos intelectuais procuram o confronto com o papa e a Igreja Católica; quem tem coragem questiona a TV pública de Franklin Martins e a censura prévia, recriada pelo governo Lula (ver coluna de Diogo Mainardi). Eu acho que o papa está certo ao dizer que valores como matrimônio e virgindades são ridicularizados na mídia. São mesmo. Na novela da 17h, das 18h, das 19h, das 21h, nos filmes, nos comerciais de TV. Um deles, de refrigerante, pretende até ser ambíguo: “É isso, ele [o rapaz] quer que você [mocinha] dê mesmo”. Sexo como refrigerante. A virgindade — o peso sobre as meninas é pior — costuma ser associada a um comportamento histérico e, acredite, anti-social. O que fazer contra isso? Legalmente, nada! Aos católicos ou a qualquer um que discorde da pregação, resta expressar o seu ponto de vista. Travar o bom combate. Apontem-me uma só ação da Igreja que vá além disso.

    É uma covardia brigar com o papa, amigo libertário, mesmo sendo ele quem é e sendo você quem é. Eu proponho uma outra batalha: enfrentar aqueles que dispõem de recursos bilionários para fazer a mídia ao alcance do seu gosto. Leia trecho de uma reportagem que está hoje no Estadão: “A uma platéia formada por cerca de 300 petistas e representantes da comunicação popular, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que não agüenta a programação ‘chata’ das televisões abertas e fechadas em suas madrugadas de insônia. Em discurso de improviso na abertura do 1º Fórum de TVs Abertas, num hotel de Brasília, ele avaliou que as emissoras de televisão não discutem temas ‘grandes’ e ‘importantes’, como legalização do aborto, energia nuclear, células-tronco, economia e biodiesel. ‘Como cidadão, sinto ausência dos debates na televisão’, reclamou.”

    Viram só? O Supremo Babalorixá acha “chato” tudo aquilo que está fora do que é sua agenda de governo. Até aí, ele que se dane com a sua insônia. Tem remédio. O problema é que, por isso, ele decidiu criar uma TV Pública, que será gerenciada pelo mesmo homem que vai cuidar da bilionária verba de propaganda oficial, para fazer a emissora dos sonhos do nosso demiurgo. Mais: já sabemos que o governo Lula acredita, por exemplo, que um jornal que distribui ameaças de morte na primeira página é apto a receber propaganda, pasmem!, da Receita Federal. O brinquedinho de Lula vai custar, na primeira fase, oficiais R$ 250 milhões, embora especialistas do setor garantam que não sairá por menos R$ 500 milhões. E o que os “inimigos do papa” disseram até agora? Nada, é evidente. Bom é brigar com quem nada pode nos fazer de mal; bom é brigar com quem tem como arma, no máximo, o perdão. Resta, claro, também a excomunhão: mas só pode ser excomungado quem pertence à Igreja. Não se sentindo parte dela, também essa pena é irrelevante.

    Ah, sim: bem-aventurados os que têm sono. Não acho que a insônia seja uma qualidade. Mas ela costuma estar associada a alguma forma de efervescência interior, nem que seja gástrica. Eu olho para Lula e tenho certeza: “Eis um homem que dorme bem”. Eu não tenho dúvidas de que Bento 16, por exemplo, perde o sono às vezes, corroído por humanas dúvidas íntimas. Lula já superou essa fase. A cada dia, ele amanhece com certezas novas, nem que sejam contrárias às do dia anterior.

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    Há mais: a censura prévia foi reintroduzida no Brasil pelo lulismo, numa afronta clara à Constituição. Está entregue a um grupo de garotos, informa Mainardi, entre 22 e 26 anos — um está na faixa dos 40. Censura não é melhor ou pior a depender da idade do censor, é claro. Mas o evento não é de todo irrelevante: trata-se de uma geração já formada pelo petismo, que completou 27 anos em fevereiro. São os “Meninos do Brasil” da era Lula.

    Os covardes atacam o MORALISMO de Bento 16. Os corajosos atacam o AMORALISMO do governo Lula, aquele presidente que é dono de muitas “morais”.

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