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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Simon: verdade mais curta que coice de porco. Tchê!

Há um poeminha chamado “Gaúcho”, do poeta pernambucano Ascenso Ferreira, que está entre os meus prediletos entre aqueles de veia humorística. É assim: Riscando os cavalos! Tinindo as esporas! Través das coxilhas! Sai de meus pagos em louca arrancada! — Pra quê? — Pra nada!Como se vê, trata-se de uma ironia com a propalada valentia […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 6 jun 2024, 07h06 - Publicado em 25 Maio 2007, 18h52
Há um poeminha chamado “Gaúcho”, do poeta pernambucano Ascenso Ferreira, que está entre os meus prediletos entre aqueles de veia humorística. É assim:

Riscando os cavalos!

Tinindo as esporas!
Través das coxilhas!
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Sai de meus pagos em louca arrancada!
— Pra quê?
— Pra nada!

Como se vê, trata-se de uma ironia com a propalada valentia do povo daqueles “pagos”. Os meus amigos gaúchos também riem do poema e do clichê. Sempre que vejo o senador Pedro Simon (PMDB-RS) a discursar no Senado, com aquela sua vocação de Cícero de estância, de Catão da fronteira, penso no poema de Ascenso. Com gestos largos, pausas dramáticas, sotaque carregado, lá vai ele convocando a deusa da Justiça, em louca arrancada. E, ao fim, a gente se pergunta: “Pra quê?” Pra nada.
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Simon resolveu falar hoje sobre o caso que liga o senador Renan Calheiros (AL), seu colega de partido, a uma empreiteira. Afirmou que VEJA já errou antes, ao denunciar a movimentação suspeita de US$ 1 milhão nas contas de Ibsen Pinheiro, ex-presidente da Câmara. Conversa mole de Pedro Simon, mais uma daquelas tolices e fatuidades tão reprováveis num homem maduro quanto a falsa gravidade o é numa criança — tirada de Antero de Quental que gosto de citar sempre.

VEJA não errou. Foi, isto sim, objeto de uma armação rasteira de um lobista e de uma revista. A informação de US$ 1 milhão constava na CPI do Collorgate e foi divulgada por rigorosamente todos os veículos. O que VEJA fez, e só ela, foi corrigir a informação na edição seguinte. No dia 25 de agosto de 2004, a revista relatou todo o caso. O link da reportagem está aberto (leia mais aqui).

Que se registre: Ibsen NÃO caiu por causa daquela reportagem. Como informa VEJA, “O julgamento de Ibsen foi eminentemente político. Cassado, ele teve arquivado em 1999, pelo Supremo Tribunal Federal, um inquérito que o acusava de sonegação fiscal. Ibsen pagou à Receita Federal 6.847 reais. Ao pagar o débito, evitou ser punido pelo crime de sonegação”.

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Só para concluir: aquela tentativa de agredir VEJA em 2004 era parte de uma estratégia para desmoralizar e acuar a imprensa realmente independente. Debatia-se, então, a criação do Conselho Federal de Jornalismo, a primeira tentativa do governo Lula de cercear a mídia.

O senador Simon que se abanque e volte para seus pagos. Sempre que um figurão é flagrado numa situação difícil, certos políticos se assanham mais do que lambari na sanga, com argumentos mais curtos do que coice de porco, como se diz lá entre a boa gente do sul.

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