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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Serra: “Kit gay quer doutrinar em vez de educar”. Ou: “Eu não sou cristão de boca de urna”

O candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, José Serra, concede neste domingo entrevista ao Estadão e à Folha. Destaco trechos da primeira. Por Bruno Boghossian e Iuri Pitta: Na semana em que o candidato a prefeito de São Paulo Fernando Haddad voltou a ser alvo de setores religiosos, o tucano José Serra disse que […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 07h38 - Publicado em 14 out 2012, 07h45

O candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, José Serra, concede neste domingo entrevista ao Estadão e à Folha. Destaco trechos da primeira.

Por Bruno Boghossian e Iuri Pitta:
Na semana em que o candidato a prefeito de São Paulo Fernando Haddad voltou a ser alvo de setores religiosos, o tucano José Serra disse que o problema do material de combate à homofobia elaborado na gestão do petista no Ministério da Educação era “pedagógico”. “O kit gay quer doutrinar em vez de educar”, afirmou. A presidente Dilma Rousseff cancelou a distribuição do material. Serra defendeu que religiosos possam manifestar opinião nas eleições e criticou o PT por “reprimir” as que não são favoráveis ao partido. “O Silas Malafaia apoiou o Eduardo Paes com vice do PT no Rio. Foi do conselhão do Lula. Declarou apoio a mim, virou inimigo.” O tucano reconheceu que a renúncia à Prefeitura, em 2006, prejudicou sua votação há uma semana e anunciou que vai adotar propostas de siglas que o apoiam no 2.º turno, como o auxílio-creche a mães que esperam vaga, de Soninha Francine (PPS).
(…)
O sr. tratou da questão da renúncia na campanha, mas ainda hoje é questionado pelos eleitores sobre isso. Essa dúvida prejudicou sua votação no 1º turno?
Acho que sim, embora, na época, não fosse uma dúvida. É um problema que surgiu na própria eleição municipal, e é natural que seja assim. Dentro do que me é permitido fazer, eu fiz e vou continuar fazendo. Eu não deixo de conversar a respeito.

(…)
No 1º turno, seus dois principais adversários trataram de projetos a fim de reduzir a tarifa de ônibus. O sr. tem proposta para reduzir o custo da passagem?
A proposta do bilhete mensal não é redução de custo. Aí é que está a enganação. A outra não tinha cabimento. Não é que cause dano, só não tem relevância, e foi apresentado como grande ideia, a meu ver por estratégia eleitoral e porque não pensaram muito.

O ministro Gilberto Carvalho disse que o mensalão atrapalhou o PT na eleição. O sr. concorda?
Claro que atrapalha. O mensalão é um processo em cima do PT e do seu governo. E não é só processo, agora é condenação. O empenho deles é que passe desapercebido, mas não passa.

O sr. já tinha apoio do PR, que tem um réu condenado, e agora tem do PTB, que também tem…
O (Roberto) Jefferson foi quem denunciou o mensalão. Pode ter gente de outros partidos, mas o mensalão é do PT.

Em resposta, o PT já tem falado do chamado “mensalão mineiro”.
É a reação tipicamente petista. Bate carteira e grita ‘ladrão’ para dispersar a atenção. O PT no governo foi um retrocesso em termos de moralidade pública.

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O sr. se refere só ao governo Lula, ou inclui o governo Dilma?
A Dilma pegou essa herança. Ela é do PT, se comporta como petista. Começou fazendo gentilezas ao Fernando Henrique, mas, na hora H, voltou às coisas anteriores, satanizando o governo anterior sem hesitar.

O sr. acha que o material de combate à homofobia foi o ponto mais fraco da gestão de Fernando Haddad na Educação?
O pior foi a área educacional propriamente dita. Quem tem que se explicar sobre o kit é ele, a Dilma, que revogou (a distribuição), e o TCU, que está cobrando os R$ 800 mil gastos nisso. Quando eu era ministro, não saía uma peça publicitária ou educacional sem que antes eu tivesse revisado o conteúdo. É inadmissível! Mas a questão é a gestão, que vai deixar marcas desastrosas para o futuro: a desmoralização do Enem, as maiores greves da história desde o governo Figueiredo.

Ainda sobre o kit, pastores evangélicos, em especial Silas Malafaia, fizeram críticas fortes ao conteúdo. O sr. concorda?
O Silas Malafaia apoiou o Eduardo Paes com vice do PT no Rio. Ele foi do conselhão do Lula, aquele conselho de desenvolvimento social. O problema é que, declarando apoio a mim, passou a ser inimigo do PT. Eu não vi a crítica mais aprofundada, mas tem um erro incrível, inclusive de matemática, quando, no fundo, faz apologia do bissexualismo. Diz que é bom ser bissexual porque você aumenta em 50% a chance de ter programa no fim de semana. Não é 50%, é 100%. Segundo, isso não é combater homofobia, é uma espécie de doutrina. O problema do kit gay é acima de tudo pedagógico. Quer doutrinar, em vez de educar.

Se assumir a Prefeitura, o sr. pretende criar programa de combate à intolerância nas escolas?
Homofobia e intolerância tem de ser combatidas sempre, de forma adequada. Eu fiz isso sempre na vida pública: políticas para deficientes, mulheres, idosos. Meu currículo em matéria de enfrentamento da discriminação e do preconceito ganha de qualquer petista. Essa questão religião-política: os católicos e os evangélicos têm o direito de se manifestar. De repente, isso fica proibido! No caso do PT, sempre que não é a favor deles. Eu não sou cristão de boca de urna. O PT quer sempre reprimir isso quando não é do lado deles. É antidemocrático e preconceituoso.

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