Se eu chamar “maconheiro” de “chincheiro”, tudo bem? Ou: Comunidades maconheiras viram tema do PT e… do governo!
Ninguém pode negar que eles não sejam ao menos transparentes em algumas das suas intenções, não é mesmo? Há dias, falando a estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o governador Tarso Genro (PT), ex-ministro da Justiça, sugeriu que a maconha não é assim tão maléfica para a saúde, o que é mentira, […]
Ninguém pode negar que eles não sejam ao menos transparentes em algumas das suas intenções, não é mesmo? Há dias, falando a estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o governador Tarso Genro (PT), ex-ministro da Justiça, sugeriu que a maconha não é assim tão maléfica para a saúde, o que é mentira, e comentou: “Dizem que é muito saboroso”. Agora, vemos o líder do partido na Câmara, Paulo Teixeira (SP), a defender o “cultivo comunitário” da droga e a conceder entrevista para um site de maconheiros.
A propósito: muita gente está reclamando da palavra “maconheiro”. Por quê? Cultivam o “hábito”, mas têm receio da palavra? No Houaiss: “1- traficante de maconha; 2 que ou aquele que é viciado em ou faz uso de maconha; chincheiro.” Eu não preciso dourar o vício de ninguém com os eufemismos com que pretendem esconder até de si mesmos o que praticam. Considerando que o tráfico da droga é ilegal e que 99% dos consumidores obtêm o produto com traficantes, além de “maconheiros”, são também elos de uma cadeia criminosa. “Ah, mas se fosse legal…” Pois é! Não é! Adiante.
Humberto Costa, líder do PT no Senado (PE), que é médico e que já foi ministro da Saúde, — numa gestão ruinosa, é verdade —, disse ontem que a opinião de Teixeira (PT-SP), aquele que quer criar as comunidades para o plantio da maconha, é “individual”. Sempre é… Mas pensa alto:
“Sou favorável à idéia de debater. A legalização seria uma maneira de combater o tráfico, mas isso não tem unanimidade. São argumentos muito fortes, mas não tenho opinião. Em tese, a legalização pode ajudar a combater o tráfico, mas os desdobramentos precisam ser estudados (…). Nunca discutimos o plantio, mas o PT defende que o problema não é o usuário, é o traficante. A opinião do Paulo Teixeira é individual e pode ser a melhor opinião, mas isso não foi discutido no PT. O debate sobre a legalização das drogas leves faz parte da discussão.”
Ah, entendi! O PT pretende resolver o problema do narcotráfico aumentando a oferta do produto. Saquei a genialidade da tese. Essa gente está tão à frente do seu tempo que o alcance de suas propostas, muitas vezes, nos escapa. Se isso é verdade para a maconha, deve ser também para a coca, o crack e a mais nova modalidade de homicídio/suicídio: o oxi — um outro derivado da cocaína, bem mais viciante, degradante e letal (ver post da madrugada de domingo).
Já Cândido Vaccarezza, líder do governo na Câmara, pensa um pouquinho diferente:
“Tenho uma posição muito diferente, mas vamos discutir isso no PT. O deputado tem fundamentos para a discussão e, como líder, tem sido muito correto nos debates com o governo”.
Entendi! Então, agora, as “comunidades verdes” passaram a ser um tema de debate no partido e no governo!