Roda Viva 2 – Dossiê agora é problema da Polícia. E, acreditem, insinua que o PT foi uma vítima

Paulo Markun perguntou por que Lula não exige que seus companheiros contem o que sabem sobre o dossiê. Ele não responde e diz que não tem como saber de tudo e que a questão está sendo investigada pela Justiça. E acabou. Renata Lo Prete faz uma pergunta exata: Lula afirma que a melhor prova de que não teve nada a ver com o dossiê está no fato de que ele foi o único prejudicado. A jornalista da Folha lembra o óbvio: ele só se deu mal porque a operação deu errado. Se tivesse dado certo, a oposição como um todo estaria em maus lençóis. E, portanto, poderia, sim, ser do seu interesse. Ele não respondeu. Como não respondeu por que não chamou seus amigos, fechou-os numa sala e os fez dizer quem planejou a tramóia e de onde saiu o dinheiro.

Lula diz que quem fez a sandice deveria ter assumido. Como não assumiu, afirma que a PF vai investigar a fundo. E lá veio a história de que o método rápido de as pessoas contarem as coisas acabou. Está falando da tortura. Para ele, não é mais uma questão do presidente da República; é da polícia. Renata, de novo, toca na questão importante: Lula acredita, como Ciro Gomes, que tudo não passou de uma idéia do próprio Serra? E ele continua dando asas a teorias conspiratórias de que a armação pode ter sido preparada por não petistas. Confesso que até a transcrição do que ele responde é nojenta. Num dado momento, com o dedo em riste, diz: “É bom que eu não tenha poder de investigação, é bom…” Como se, com ele, as coisas se resolvessem sempre… E reitera que cabe à Polícia Federal investigar. E passa a cantar as glórias da PF.

Alexandre Machado lembrou que ele, Lula, na Band, afirmou que Alckmin teria saudades da ditadura. Falou a sério ou era força de expressão? Ah, é que Alckmin estava “ensandecido”. E Tereza Cruvinel crava uma perguntinha: “O sr. se sentiu destratado?” E Lula: “Ah, eu fiquei chateado [com Alckmin]”. E agora faz a apologia da própria civilidade. Diz ter estranhado o comportamento do Alckmin naquele dia. “Talvez ele tenha sido orientado”.