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Reinaldo Azevedo

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Roberto Teixeira, o “adevogado”

(ler primeiro o post abaixo)Roberto Teixeira tem um estilo. Ao conceder a entrevista, cercado de repórteres, mirou num ponto fixo imaginário e desandou a falar, escandindo as sílabas, como se, ao pronunciar as palavras bem devagar, sua versão se tornasse mais verdadeira. Seu interlocutor parecia ser aquele ponto imaginário. A língua portuguesa tem o que […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 19h21 - Publicado em 18 jun 2008, 16h15

Roberto Teixeira, o “adevogado”

(ler primeiro o post abaixo)
Roberto Teixeira tem um estilo. Ao conceder a entrevista, cercado de repórteres, mirou num ponto fixo imaginário e desandou a falar, escandindo as sílabas, como se, ao pronunciar as palavras bem devagar, sua versão se tornasse mais verdadeira. Seu interlocutor parecia ser aquele ponto imaginário.

A língua portuguesa tem o que se chama “encontros consonantais imperfeitos”, marcados por uma consoante muda: “dv”, “ft”, “tm” etc. É o caso de “oftalmologista”, “advogado”, “pneu”, “atmosfera”… Por que “imperfeito”? Porque, na fala, a gente sempre acaba metendo uma vogal ali — no caso, um “i”, ainda que leve. Mas há quem prefira o “e” e lasque em nossos ouvidos um “peneu” ou um “adevogado”.

É o caso de Teixeira. Ele se diz um “adevogado”. Pode-se considerar uma variante da fala? Com muito boa vontade, até pode. Se você ignorar a grafia e a história da palavra, tudo bem. Digamos que a coisa seja assim como as histórias de Teixeira, entendem? Ignorando-se a lei, a moralidade e a ética, sua versão fica perfeita.

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Teixeira diz ter um relacionamento apenas formal com Dilma Rousseff. Tá. Será essa versão tão verdadeira quanto o distanciamento que ele afirmou manter do presidente da República? Que distanciamento? Nos últimos 30 anos, sua história não se distingue da de Lula. Não fosse o compadre famoso — e famoso faz tempo —, Teixeira estaria vendendo a sua fama de “adevogado” lá pelas bandas da avenida Jurubatuba ou da rota do Frango com Polenta, em São Bernardo. “Adevogado” capaz de, como é mesmo?, fazer o que “aos outros parecia impossível”, só mesmo sendo amigo, parceiro, confidente e compadre de Lula — além, claro, de ambos manterem relações comerciais. Não fossem três décadas de história, é bom lembrar que ele é “adevogado” de Lulinha — a fortuna mais rápida do mundo ocidental.

Teixeira diz, ainda, ter recebido por sua atuação algo em torno de “US$ 300 mil, US$ 400 mil”… Sei. Conheço alguns ricos. E até conheço alguns muito ricos, gente, assim, bilionária mesmo. Engraçado: quem “enricou” trabalhando nunca tem dúvidas de US$ 100 mil. Não mesmo. De todo modo, vejam o documento acima (clique na imagem para ampliá-la). Ali, Teixeira cobra de Audi e seus sócios uma sobra de R$ 1.220.448,40. O documento é de 24 de janeiro de 2008. Não sei qual era, então, a cotação do dólar. Digamos que estivesse em R$1,70: só a cobrança do que restou a pagar chega quase a US$ 718 mil.

Ademais, convém que o “adevogado” fique atento à evolução do noticiário. A notícia do dia no que concerne à venda da VarigLog informa que a operação foi ilegal. Está lá, no terceiro e último parecer do procurador da Anac. É que os advogados só fazem o possível. Já os “adevogados” fazem o que aos outros parece “impossível”.

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