Rejeição à descriminação do aborto é grande, mas menor do que na sociedade
O G1 quis saber também se os deputados da nova Câmara Federal são favoráveis à descriminação do aborto. Disseram-se contrários 267 parlamentares, 64% dos 414 que responderam a pesquisa — 52% do total. Plenamente favoráveis, apenas 19% dos pesquisados (78), ou 15% do conjunto, sempre lembrando que 99 não quiseram responder. Há um tal “em […]

O G1 quis saber também se os deputados da nova Câmara Federal são favoráveis à descriminação do aborto. Disseram-se contrários 267 parlamentares, 64% dos 414 que responderam a pesquisa — 52% do total. Plenamente favoráveis, apenas 19% dos pesquisados (78), ou 15% do conjunto, sempre lembrando que 99 não quiseram responder. Há um tal “em termos” ali (37), cujo significado é obscuro. Se os 267 que afirmam se opor à descriminação não mudarem de idéia, a proposta não prospera; os 246 votos restantes ficam longe dos 308 necessários. Veja quadro.
Não custa lembrar: segundo pesquisa Datafolha realizada em outubro, 71% dos brasileiros querem que a legislação do aborto fique como está — prática permitida apenas em caso de estupro e risco de morte da mãe. Aceitam ampliar os casos do aborto legal 11%, e só 7% se dizem favoráveis. Como se nota, há um certo descompasso entre representados e representantes: proporcionalmente, há mais pessoas simpáticas à descriminação na Câmara do que na sociedade. Eis um sinal de que o eleitor precisa inquirir mais os candidatos.