Recebo um grande presente no 9º aniversário do meu blog: o testemunho de um leitor
Guilherme Macalossi mora em Farroupilha, no Rio Grande do Sul. Tem 28 anos. Descobriu, aos 19, a revista “Primeira Leitura”, de que eu era diretor de Redação. Migrou depois para o blog. É formado em direito, mas escolheu o jornalismo. Colabora com várias publicações e ancora o programa diário de rádio “Confronto”, que vai ao […]


Este jornalista, entre Guilherme Macalossi e sua irmã, Gabriela, no lançamento de “O País dos Petralhas II”, em Porto Alegre
Guilherme Macalossi mora em Farroupilha, no Rio Grande do Sul. Tem 28 anos. Descobriu, aos 19, a revista “Primeira Leitura”, de que eu era diretor de Redação. Migrou depois para o blog. É formado em direito, mas escolheu o jornalismo. Colabora com várias publicações e ancora o programa diário de rádio “Confronto”, que vai ao ar todos os dias, às 13h, pela Sonora FM, sintonizável em todo o país neste endereço: https://www.radiosonorafm.com.br. Já lhe concedi uma entrevista (aqui). Estive pessoalmente com ele e com sua irmã, Gabriela, duas vezes, quando lancei livros na capital gaúcha. Ele me enviou uma mensagem pessoal que me deixou muito feliz. Pedi autorização para publicar, com o que ele concordou. Leiam. Volto para encerrar.
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Querido Reinaldo.
Antes de mais nada, sempre que lhe mando uma mensagem, me sinto como se estivesse atrapalhando.
Mas dessa vez não estou nem aí.
Lá em 2006, passando pela Banca da República, que fica aqui perto de casa, vi uma revista chamada “Primeira Leitura”, que me despertou enorme interesse pela chamada atrativa. Comprei. Naquela ocasião, conheci o jornalista Reinaldo Azevedo, a quem passei a acompanhar com gosto crescente. Foi também no mesmo ano, quando já tinha me viciado, que veio a notícia de que a revista estava no fim.
Você então criou seu blog, e fui lá acompanhá-lo. Lembro ainda da primeira versão, editada em um daqueles modelos simples do Blogspot. Aquela simplicidade inicial, logo levada para estrutura da VEJA, sempre compensou pelo conteúdo. E, mesmo depois, quando já estava na tribuna expressiva da maior revista do Brasil, o seu foco sempre foram os fatos, as análises, muito mais do que os adereços e as inovações tecnológicas de formato.
E assim é até hoje. Sua aposta nos textões, fugindo do conceito pronto de que na internet só funcionam as postagens curtas, se tornou o grande diferencial. E aí acho que está a grande inovação do seu trabalho. Sua página é, acima de tudo, um diário conservador do país. Uma analise cotidiana dos acontecimentos, das implicações, das razões, da verdade em meio aos fatos. O debate público se enriqueceu consideravelmente. Sua ação era inédita no sentido de disponibilizar conteúdo de qualidade, e em grande quantidade, como nenhum outro articulista da mídia brasileira.
Lá em 2006, quando passei a te acompanhar, já não era de esquerda. Nunca fui. Minha influência era meu avô, um homem inteligentíssimo, promotor e professor de latim, que, em casa, atacava com destemor os caminhos do coletivismo bovino. Guri pequeno, ouvia de canto de orelha as falas dele, em meio às reuniões de família. Depois disso, ainda pequeno, passei a gostar, mais pelo jeito engraçado do que necessariamente pelo que dizia, de Paulo Francis, a quem meus pais assistiam no Manhattan Connection. Aquelas coisas todas me afastaram de qualquer esquerdismo.
Eu já não gostava do PT na época em que eu não era realmente instruído. Em 2005, sem querer, conheci Olavo de Carvalho. Ele estava dando uma entrevista em uma TV aqui do RS. Adorei a forma como ele descascou Olívio Dutra. Guardei aquele nome, a quem viria a ler posteriormente com enorme interesse. E, em 2006, eu me deparei com sua revista.
E foi ali, com aquela revista em mãos, que passei a realmente aprender e a me instruir com leituras que me levaram definitivamente para o campo liberal e conservador. Seu blog foi a primeira leitura recorrente que tive de verdade. E, dessa leitura, vieram outras tantas. Sou grato a seu trabalho pioneiro no jornalismo, que me influenciou e continua a me influenciar. Talvez tenha sido ali, nos seus escritos diários, quando já me encaminhava para o meio do curso de direito, que realmente vi que o que eu gostaria de fazer era o mesmo que Reinaldo Azevedo fazia. Concluí o Direito, mas me dediquei ao jornalismo.
Nove anos depois, cá estou eu, trocando correspondências com o jornalista que usei como espelho. Jornalista que já tive o privilégio de entrevistar e que já me dedicou alguns elogios públicos imerecidos. Reinaldo, obrigado pelo trabalho e parabéns pelo enorme sucesso de seu blog. Certamente você tem parte considerável dos méritos no rompimento do cerco à burrice dominante do estatismo esquerdizante que ainda está em vigor, mas cada vez mais combalido.
Um abraço do fiel leitor e amigo, Guilherme Macalossi
P.S – Em anexo, segue uma foto que tiramos, eu, você e minha irmã, em POA. Era o lançamento de O País dos Petralhas II.
Retomo
Muito obrigado, Guilherme! Gosto muito do meu trabalho, você sabe. Mas, em momentos assim, gosto ainda mais! Foi um belo presente de aniversário! Sucesso crescente para você em “Confronto”.