QUE TAL OS OPOSIOCINISTAS PARAREM DE DAR TIRO NO PRÓPRIO PÉ SÓ PARA VARIAR UM POUCO?
Huuummm… Vamos ver. Pesquisas fazem alguém ganhar ou perder eleições? Não, é claro. Mas pautam os jornais, as revistas, os sites, os blogs, as rádios, o Twitter… Como, segundo o Ibope, Dilma lidera, essa é a única questão que filtra os fatos políticos. Caso uma outra aponte um empate ou uma ligeira vantagem de Serra, […]
Huuummm… Vamos ver.
Pesquisas fazem alguém ganhar ou perder eleições? Não, é claro. Mas pautam os jornais, as revistas, os sites, os blogs, as rádios, o Twitter… Como, segundo o Ibope, Dilma lidera, essa é a única questão que filtra os fatos políticos. Caso uma outra aponte um empate ou uma ligeira vantagem de Serra, aí muda um pouco (só um pouco) o tom. Por que faço tais afirmações?
O vice de José Serra, apesar das negativas e desencontros, deve ser mesmo o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Há quem queira, nos dois partidos, que ainda há espaço para outras soluções. Não creio.
Havia ou há um nome que leve à unanimidade? A resposta é esta: tudo dependeria das pesquisas. Se o Ibope tivesse apontado Serra na frente, haveria menos “analistas” oferecendo “saídas”; como ele aparece atrás, então pululam os sábios. Qualquer que fosse ou seja o escolhido, uma saraivada de balas.
Dias, independentemente das circunstâncias, é um bom nome. Trata-se de um senador combativo na causa da oposição e é alguém com trânsito inegável no establishment político — e isso é importante; não soa, e não é, como solução artificial. Há a possibilidade, vamos ver, de tal escolha quebrar um palanque do PT no Paraná: a expectativa é que seu irmão, Osmar Dias (PDT), retire a candidatura ao governo no Estado.
A instabilidade principal, é óbvio, vem dos Democratas. De mediato, mais do que o fato em si, o que cria constrangimento é o vazamento da informação no Twitter. É claro que o segundo partido mais importante da aliança gostaria de indicar o nome do vice. Mas aí também está o problema.
O DEM conseguiu, em algum momento, criar a sua própria unidade? Não! Eu, por exemplo, como observador de fora, acho que o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) seria uma boa escolha, depois que a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) deixou a lista de indicáveis ao decidir permanecer no comando da CNA (e, pois, estar legalmente impedida de compor a chapa).
O DEM pode não gostar da solução “Dias”, mas cabe uma pergunta: o próprio partido conseguiu a sua unidade interna, ter o “seu” nome? Vamos ser claros? Alas do partido trabalharam contra Kátia; outras trabalharam contra Aleluia… Quem não consegue se entender fica enfraquecido para negociar soluções. O PMDB impôs Michel Temer ao PMDB porque seu núcleo duro se uniu — garantidas as dissidências de sempre, o que também é parte da “unidade” peemedebista.
A pauta sobre a “crise do vice” já estava dada na cobertura política, fosse quem fosse o indicado, é isso que precisa ficar claro, a saber:
– fosse um nome do DEM, e se exumaria a crise recente provocada pelo Distrito Federal. Os vagabundos estão todos fora do partido, mas a legenda é tratada como se fosse o PT — isto é, como se passasse a mão na cabeça de vagabundo;
– uma segunda frente de especulações se abriria mesmo nesse caso: os “descontentes” do DEM, mesmo que o nome fosse do partido, estariam dando plantão em colunas de notas (há quem nao resista…);
– fosse a vereadora Patrícia Amorim (PSDB), do Rio, a abordagem já estava dada, só aguardando o anúncio: seria tratada como a Sarah Palin do Serra;
– caso se confirme Álvaro Dias, a abordagem é a que já está aí…
Quando se quer ver um fato pela ótica da crise, não há o que segure. Se Cristo descesse à terra e decidisse: “Serei o vice de Serra”, diriam: “Tá vendo? Teve de apelar ao Salvador”.
Neste momento, o vice é o senador Álvaro Dias. A melhor coisa que os ilustres da aliança oposicionista têm a fazer é parar de dar tiro no próprio pé e se ocupar de ganhar as eleições, em vez de ficar fazendo campanha eleitoral para o PT.