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Quando tucano é mais orelhudo do que bicudo

Por Valdo Cruz e Silvio Navarro. Volto depois: Líderes governistas vão apresentar uma proposta para negociar a prorrogação da CPMF com a oposição que faria a alíquota do chamado imposto do cheque cair dos atuais 0,38% para 0,30% ao final do mandato do presidente Lula. A idéia, a ser debatida com a equipe econômica, fixaria […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 20h17 - Publicado em 19 out 2007, 06h45
Por Valdo Cruz e Silvio Navarro. Volto depois:

Líderes governistas vão apresentar uma proposta para negociar a prorrogação da CPMF com a oposição que faria a alíquota do chamado imposto do cheque cair dos atuais 0,38% para 0,30% ao final do mandato do presidente Lula. A idéia, a ser debatida com a equipe econômica, fixaria o seguinte cronograma de redução: 0,02 ponto percentual no próximo ano e mais dois cortes de 0,03 ponto percentual em 2009 e 2010. A proposta agrada a setores da oposição, sobretudo no PSDB, que exigem sua adoção logo após a promulgação da emenda que prorroga a CPMF até 2011, caso seja aprovada. Tucanos já receberam a promessa de que esse cronograma de redução seria adotado por medida provisória. Mas a equipe econômica prefere que a redução comece a partir de 2009. Em 2008, uma redução de 0,02 ponto percentual implica perda de receita da ordem de R$ 2 bilhões, numa arrecadação prevista de R$ 40 bilhões.Assinante lê mais aqui

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Escrevi certa feita que um dos riscos de o PT chegar ao poder (e ele ainda não havia chegado) era a inexistência, na então futura oposição, de partidos dignos do nome. Só não dá para dizer que “os tucanos” estão se comportando como “os jumentos” porque “os tucanos” não existem. Não como partido. Assim como não existe “o” PMDB. O PSDB, diga-se, comporta-se, às vezes, como um PMDB um pouco menor, com banho tomado e unhas aparadas. Mas partido não é. E, a exemplo do PMDB, sem dúvida, também conta com muitos homens de bem.

Para um tucano, entendo, deveria haver apenas uma de duas opções: ou aprova a CPMF como está ou luta pela sua extinção. Fosse um “partido”, reunindo todas as características que tal palavra supõe, o PSDB já teria percebido o óbvio: há uma grande chance de que venha a ser governo a partir de 2011. Se for, a redução da CPMF vai cair no colo de quem? De José Serra ou de Aécio Neves. Seja lá qual for a alíquota, se os tucanos (na hipótese de vitória) não quiserem contar com muito menos dinheiro livre do que conta Lula, terão de renovar a contribuição em 2011. E é certo como um dia se segue ao outro que o PT lhes daria um pé no traseiro. Sairia gritando contra a contribuição que agora defende, assim como a defesa de hoje se opõe à gritaria de ontem.

Um “partido”, de fato, teria uma de duas coisas a fazer: aderir ao discurso do governo e defender a contribuição como elemento de equilíbrio fiscal ou ATUAR PARA EXTINGUIR AGORA, E NÃO DEPOIS, a contribuição. E eu acho que é isso que ele deveria fazer. Porque é isso o que quer o núcleo do seu eleitorado. Uma força política, como sabe o PT hoje e como já soube o PSDB quando capitalizava os efeitos do Real, não chega ao poder agradando apenas a seu eleitorado. Tem de conquistar uma maioria bem mais ampla. Mas uma coisa é certa: NÃO CHEGA AO PODER CONTRA O SEU ELEITORADO.

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O desejável é que o governo aprenda a se virar sem a CPMF já, e não depois. Porque tudo está caminhando para que venha a ser a oposição a ter de arcar com o fim da contribuição. Chega! Já deu. O governo bate sucessivos recordes de arrecadação (leia post logo abaixo). A contribuição hoje financia mais a farra do que o equilíbrio fiscal. O ministro Temporão, da Saúde, cumpre seu papel ao antever o caos na área etc. Acho que Lula e o PT não arcariam com esse custo político. E talvez aprendessem a gastar.

Se o PSDB passar a defender a CPMF como está, será, sem dúvida, uma decisão errada, mas um tanto corajosa. Concordar com a proposta de redução é, além de errado, estúpido. Isso é coisa de tucano mais orelhudo do que bicudo.

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