Protógenes, que já acusou Lula de fazer parte da folha de pagamento de Dantas e proteger o crime organizado, agora se diz lulista
Conversa vai, conversa vem, o delegado Protógenes Queiroz acabou se filiando ao PC do B. Quer ser candidato ao Senado. É… Declarou-se, hoje, um “aliado do presidente Lula” com estas palavras: “Lula não tem como saber de tudo. Ele não é um semideus para estar em todos os lugares. Minha função será exatamente ajudar nisso. […]
Conversa vai, conversa vem, o delegado Protógenes Queiroz acabou se filiando ao PC do B. Quer ser candidato ao Senado. É…
Declarou-se, hoje, um “aliado do presidente Lula” com estas palavras:
“Lula não tem como saber de tudo. Ele não é um semideus para estar em todos os lugares. Minha função será exatamente ajudar nisso. Vou provar que essa administração [de Lula] foi a melhor para o projeto Brasil.”
Esse homem é mesmo um gigante. Lembram-se daquela “Carta Aberta” que ele enviou a Barack Obama? Pois é… Lá ele acusava Lula de estar na “pay-roll” — folha de pagamento — de Daniel Dantas. Quando foi isso? Em março deste ano, há seis meses. Segue o trecho da carta em que Protógenes se refere àquele que é agora o seu herói:
“Infelizmente, não é apenas o judiciário que está no payroll do banqueiro-bandido Daniel Dantas. O próprio presidente da república, o Lula, acaba de colocar los amigos para assumir controle do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) com um decreto no dia 19 de fevereiro de 2009, visando obstruir processos relativos à soberania da nação – aliás, uma jogada não muito distante do Patriot Act do presidente G.W. Bush que custou aos EUA um atraso que o senhor pode mensurar melhor do que ninguém. No caso em questão, 11 entidades autônomas, incluindo as forças armadas brasileiras, formavam um conselho consultivo que coordenava a Sisbin. Esse conselho foi agora substituído por um comitê de seis indivíduos amigos de Lula, todos com um passado ético extremamente questionável.”
Voltei
Como se vê, segundo Protógenes, além de fazer parte da folha de pagamentos de Daniel Dantas, Lula também agiria para beneficiar o crime organizado no país. Ninguém, nem Lula, cobrou que Protógenes, um servidor público da Polícia Federal, desse explicações. E o que ele fez, então?
Ora, aderiu à base de Lula.
Tudo muito óbvio. Tudo muito natural.
O desdobramento lógico dessa declaração de amor a Lula tem dois caminhos possíveis: ou Protógenes endossa tudo o que disse e, pois, ele próprio passa a ser, então, parte do esquema de Dantas e do esquema que protege o crime organizado, ou ele confessa que acusa este ou aquele conforme lhe dá na veneta.
A tese deste blog sempre foi esta: não haveria testemunha no mundo que Dantas pudesse comprar que lhe fosse mais útil do que é Protógenes, o seu acusador. Intuo que o delegado deva admitir agora que tudo o que dizia sobre Lula era mentira, certo? Os advogados de Dantas não se esquecerão do peso que têm as palavras de Protógenes.
Há o risco de se eleger senador? Há. Em 2010, elegem-se dois senadores por estado. Convenham: ele não faria feio naquele meio, não é mesmo?