Precisamos descobrir as células-tronco embrionárias da leitura de textos
Ufa! Felizmente, a maioria entendeu o que escrevi a respeito das células-tronco embrionárias. Mas há gente precisando de uma terapia com células-tronco embrionárias de leitura de texto. Existe isso? Não sei. Um bom começo é não se candidatar a aiatolá do mundo. Se vocês lerem os comentários, encontrarão:– um extremo que jura de pés juntos […]
– um extremo que jura de pés juntos que sou contra as pesquisas;
– o outro extremo que jura de pés juntos que optei pelo vale-tudo.
O primeiro me pergunta se eu seria contrário — foi o que entenderam do que escrevi — caso tivesse um ente familiar que demandasse avanços nessa área. O outro, arvorando-se em dono do debate, da Igreja Católica e, pasmem!, até do conservadorismo (sim, houve quem escrevesse como porta-voz do “conservadorismo”) acusa-me ou de alta traição ou de falsidade. Um deles jura que sou um agente do comunismo infiltrado na direita. Já me acusaram de muita coisa. Essa foi a mais original.
Que “direita”, mané? Onde ela se reúne? Nunca fui convidado. Eu lá o conheço? Como posso traí-lo? Não escrevo para sectários. Não posso impedi-los de visitar o meu blog, mas, aqui, quebrarão a cara. Sectários não precisam de blogs, de jornais, de revistas, de liberdade de pensamento. Precisam é de uma ceroula de bolinhas.
O que mais detesto, repudio mesmo, com energia e determinação, na esquerda é a pretensão que ela tem de ser “amiga da humanidade”, de “trabalhar para a Bem Universal”, de se considerar uma correia de transmissão que conduz o homem ao futuro. É perfeitamente possível ser um petralha com o sinal invertido. E dessa gente também quero distância. Podem não gostar do que escrevo. Mas não me neguem a faculdade de me expressar com clareza. No episódio Reinaldo Azevedo-Gerald Thomas, acusei muita gente ler o que não estava escrito e ignorar o que estava escrito. Ocorre o mesmo nesse caso.
As esquerdas e os militantes anticatólicos não precisam fazer grande esforço. Os “aiatólicos” já se encarregam de tentar transformar a Igreja numa seita minoritária e sempre reativa. Só não são tão perversos para a instituição quanto a “Escateologia” da Libertação porque são de uma estúpida irrelevância: os vermelhos dominam as técnicas da infiltração; estes outros acham que basta ter razão e falar a seus sectários. Estão tão certos, mas tão certos, que lhes basta demonizar a divergência. Nem mesmo se aplicam em tentar convencer o outro. É uma vertente muito particular do cristianismo, que deixaria São Paulo certamente encantado: não precisa de quem crê, só da crença…