PR comanda máquina do Dnit em 9 Estados e no DF
Por Breno Costa, Rubens Valente e Natuza Nery, na Folha: Além de controlar a cúpula do Ministério dos Transportes e do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) no governo Dilma Rousseff, o PR estende seu domínio aos escritórios do órgão em nove Estados e no Distrito Federal. Os postos são responsáveis pelas obras numa […]
Por Breno Costa, Rubens Valente e Natuza Nery, na Folha:
Além de controlar a cúpula do Ministério dos Transportes e do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) no governo Dilma Rousseff, o PR estende seu domínio aos escritórios do órgão em nove Estados e no Distrito Federal. Os postos são responsáveis pelas obras numa malha superior a 25 mil quilômetros de rodovias federais.
Na última quarta-feira, o presidente do partido, Alfredo Nascimento, deixou o cargo de ministro dos Transportes sob suspeita de conivência com um esquema de corrupção dirigido pelo PR. O Dnit desembolsou R$ 7,7 bilhões em obras só no ano passado. O órgão é responsável pelas operação, manutenção, restauração e construção das rodovias sob o controle da União.
Em São Paulo, o superintendente do Dnit é filiado ao PR desde 2003. O partido é controlado no Estado pelo deputado Valdemar da Costa Neto (SP), presidente de honra da sigla e réu na ação penal do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal). O Dnit tem 23 superintendências (quatro respondem por mais de um Estado), e a metade delas é comandada por servidores com filiação partidária. Dos 12 com registro na Justiça Eleitoral, sete pertencem ao PR. Há nove anos no domínio dos Transportes, o PR controla o Dnit em AL, AM, RR, GO, MS, AP, PA, SP, SE e no DF. O levantamento feito pela Folha considerou só os superintendentes com filiação registrada. No Espírito Santo, por exemplo, o superintendente não é filiado, mas a imprensa local informa que foi indicado ao cargo pelo PR.
Em Mato Grosso, o superintendente é filiado ao PPS, embora seja da cota do senador Blairo Maggi (PR-MT), que foi sondado para assumir o ministério após a demissão de Nascimento. Blairo também indicou o diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, afastado por causa do escândalo. O ministro interino, Paulo Sérgio Passos, é do PR desde 2006. Duas das mais importantes áreas do ministério também estão nas mãos da legenda: a subsecretaria de Assuntos Administrativos, responsável pelas licitações, e a Secretaria de Fomento para Ações de Transportes, que coordena a aplicação do Fundo da Marinha Mercante e do Fundo Nacional de Infraestrutura de Transportes. Um irmão do senador Magno Malta (PR-ES), também filiado ao partido, ocupa a chefia da assessoria parlamentar do Dnit e faz a ponte com o Congresso. Aqui