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Reinaldo Azevedo

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Por que não ler Marilena Chaui 2

Mas é em Simulacro e Poder – Uma Análise da Mídia que Marilena se supera — quer dizer: não se supera; ela já havia chegado ao limite quando, como direi?, parafraseou Claude Lefort no livro Cultura e Democracia, lá no começo dos 1980. Mais uma vez, vale a pena ler o release, que segue em […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 23h21 - Publicado em 9 ago 2006, 18h36
Mas é em Simulacro e Poder – Uma Análise da Mídia que Marilena se supera — quer dizer: não se supera; ela já havia chegado ao limite quando, como direi?, parafraseou Claude Lefort no livro Cultura e Democracia, lá no começo dos 1980. Mais uma vez, vale a pena ler o release, que segue em itálico. Volto em seguida: “A abolição da diferença entre os espaços público e privado e como os códigos da vida pública passam a ser determinados e definidos pelos códigos da vida privada, são temas centrais que a Marilena Chaui discute em Simulacro e poder: uma análise da mídia. Para a professora, enquanto o pensamento e o discurso de direita reiteram o senso comum que permeia a sociedade, no caso da esquerda, ela precisa ultrapassar obstáculos como a desmontagem desse senso comum, da aparência de realidade e verdade que as condições sociais e as práticas existentes parecem possuir, a reinterpretação da realidade, e precisam ‘criar uma fala nova, capaz de exprimir a crítica das idéias e práticas existentes, capaz de mostrar aos interlocutores as ilusões do senso comum e, sobretudo, de transformar o interlocutor em parceiro e companheiro para a mudança daquilo que foi criticado.’” Eu sei que parece não fazer sentido. Não faz mesmo. Em suma, Madame está dizendo que o senso comum é uma coisa de direita e que um pensamento de esquerda ultrapassa essa barreira obscurantista. Por exemplo: roubar dinheiro do Estado para construir um partido é uma coisa feia, detestável, que deveria render cadeia. É puro senso comum. Coisa que só nós, os direitistas, defendemos. Um transcender essas barreiras imbecis impostas pela moralidade tacanha. Se o partido em questão é portador do futuro, da verdade e da vida, roubar é um ato progressista, praticado justamente contra a direita reacionária. O submarxismo, ou o marxismo vagabundo, reduziu toda a questão ideológica tratada por Marx — e já não era grande coisa — à tese da “falsa consciência”. Se você não concorda com as verdades da vanguarda portadora dos amanhãs sorridentes — o partido —, então é porque está dominado por uma consciência que não é sua, que não lhe pertence, quase uma possessão demoníaca. No fim das contas, a esquerda ainda não conseguiu pensar em nada melhor para depurar as mentalidades do que um belo campo de reeducação. Quanto à suposta disjuntiva “moral pública”-“moral privada”, nada mais é do que a velha tara petista de falar ora “enquanto isso”, ora “enquanto aquilo”, de praticar crimes contra o Estado “enquanto militante” e de sonhar com o bem geral da humanidade “enquanto pessoa humana”. Eu sei que Madame é irrelevante para o pensamento. Mas ela é a sacerdotiza teórica do horror que presenciamos.
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