Podcast do Diogo: os grampos no centro do poder e as perguntas sem resposta
Bem antes de grampear o ministro Gilmar Mendes, bem antes de Paulo Lacerda assumir o cargo de diretor-geral, a Abin foi acusada de cometer ilegalidades contra o bando de Daniel Dantas. Ninguém se lembra, mas eu sim. Em 2004, Lula nomeou Mauro Marcelo para chefiar a Abin. Eles se conheciam desde 1994, quando Mauro Marcelo, […]
Em 2004, Lula nomeou Mauro Marcelo para chefiar a Abin. Eles se conheciam desde 1994, quando Mauro Marcelo, delegado da Polícia Civil, coordenou as investigações sobre o seqüestro de um sobrinho de Roberto Teixeira. Para pagar o resgate, Lula arrecadou quatrocentos mil dólares junto a empresários, mas o sobrinho de seu compadre foi libertado antes do pagamento. Sabe-se lá que fim levou o dinheiro. O que se sabe é que, na campanha presidencial de 2002, Mauro Marcelo cuidou da segurança de Lula, ao lado de gente como Freud Godoy e César Alvarez. E, com isso, a amizade deles se estreitou.
Mauro Marcelo, depois de ser nomeado para a Abin, encontrou-se com Giuliano Tavaroli, diretor da Telecom Italia. Segundo o depoimento do próprio Tavaroli à magistratura italiana, Mauro Marcelo teria oferecido à operadora o apoio institucional do governo na batalha contra Daniel Dantas, alegando que o banqueiro “era inimigo do presidente Lula”. Outras testemunhas do processo contra os arapongas da Telecom Italia confirmaram o papel de Mauro Marcelo e acrescentaram que ele tinha um parceiro nessa empreitada: o detetive particular Eloy de Lacerda, com o qual ele compartilhava uma Ferrari. Os dois teriam um acordo para dividir inclusive os trezentos mil dólares pagos pela Telecom Italia.
Quem acompanha meus artigos já sabia disso tudo. A novidade surgiu há dois meses, quando esse mesmo Eloy de Lacerda, uma semana depois da Operação Satiagraha, foi preso pela Polícia Federal, na Operação Ferreiro, sendo acusado, veja só, de comandar uma rede de arapongas que realizavam grampos ilegais.
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