Podcast do Diogo: “Eu já elogiei Diogo Mainardi? Já. Até demais.”
Eu já elogiei Barack Obama. Como é? Nunca elogiei? Nunca mesmo? Nesse caso, elogio aqui, agora, pela primeira vez. Alguns dias atrás, Barack Obama anunciou seus planos para o Iraque. Ele reconheceu plenamente o sucesso militar dos Estados Unidos, que garantiu aos iraquianos “a oportunidade de ter uma vida melhor”. Mais importante do que isso, […]
Alguns dias atrás, Barack Obama anunciou seus planos para o Iraque. Ele reconheceu plenamente o sucesso militar dos Estados Unidos, que garantiu aos iraquianos “a oportunidade de ter uma vida melhor”. Mais importante do que isso, ele contrariou suas promessas eleitorais e se comprometeu a manter no país, por um período indeterminado, até 50 mil soldados, mesmo depois da retirada oficial das tropas, em 31 de agosto de 2010.
Nos últimos anos, fiz um monte de comentários sobre a guerra no Iraque. Dei uma espiada em meus artigos a respeito do tema, para contabilizar acertos e erros, e prestar contas aos meus leitores. Em 29 de outubro de 2003, afirmei:
“Os iraquianos tiveram sorte. Só um presidente suicida como Bush poderia ter entrado numa guerra dessas. A guerra foi ruim para os americanos e boa para os iraquianos, [com] o fim de Saddam Hussein. Espero que Bush seja reeleito e cumpra seu dever de reconstruir o que ajudou a destruir, ainda que isso aumente o buraco financeiro americano. Minha previsão é que Bush será reeleito no ano que vem e, por causa do elevado custo da aventura iraquiana, sairá da Casa Branca em 2008 como o presidente mais impopular da história”.
Retomei o assunto em 20 de outubro de 2004, ao comentar a disputa entre George Bush e John Kerry:
“Eu só torceria por um candidato que se comprometesse a mandar mais soldados para o Iraque. [Para] Bush, significaria admitir que a guerra foi pessimamente planejada. Se os Estados Unidos pretendem garantir a transição política no Iraque, e impedir que o país entre numa guerra civil, precisam se mexer sozinhos. O futuro dos iraquianos depende da disponibilidade do próximo presidente americano de mandar mais soldados para o sacrifício”.
Dois anos e meio depois desse artigo, o presidente reeleito George Bush seguiu minhas ordens e mandou mais tropas para o Iraque. Fui um dos primeiros comentaristas a proclamar o sucesso dessa estratégia. Em 31 de outubro de 2007, eu disse:
“Os americanos alarmaram-se tanto com o número [de mortes no Iraque] que aceitaram mandar mais 30 000 soldados para lá. Resultado? Em fevereiro de 2007, quando as novas tropas desembarcaram no país, registraram-se 3 014 mortes. Em agosto, elas já haviam diminuído para 1.674. Em setembro, 848. Em outubro, até a última quinta-feira, morreram 531 iraquianos”.
Repeti alguns desses argumentos em 26 de março de 2008:
(…)
Eu já elogiei Diogo Mainardi? Já. Até demais.
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