Pesos-pesados do setor industrial não veem luz no fim do túnel
Segundo José Velloso, presidente-executivo da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), o setor projeta queda de 10% no faturamento para 2016. "A indústria brasileira está doente", diz
Por Sofia Fernandes, na Folha:
Deterioração fiscal, incertezas políticas, queda na confiança do investidor, queda na confiança do consumidor, queda na produção, inflação… A coleção de desafios para a economia neste ano é vasta, e o setor industrial brasileiro, um dos mais afetados, está custando em achar a luz no fim do túnel.
A Folha ouviu representantes empresariais de quatro setores de peso da indústria, que juntos representam um terço do PIB brasileiro, para saber o que esperam deste ano.
SIDERURGIA
“Estamos vivendo a pior crise em toda a história”, diz o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello.
Os maiores compradores internos de aço no país são justamente os setores que mais estão sofrendo com a crise –construção civil, indústria automotiva e de máquinas e equipamentos.
Além disso, explica Mello, a queda na demanda global por aço e a atuação da China com preços artificialmente mais baratos criaram um excedente de 700 milhões de toneladas da matéria-prima no mundo. A produção anual brasileira é de 48 milhões de toneladas.
“Se nada for feito, teremos que fechar mais indústrias.”
MÁQUINAS
O setor de máquinas e equipamentos, termômetro do quanto as empresas estão investindo na modernização de suas estruturas, deve amargar o quarto ano seguido de queda no faturamento, sequência inédita.
Segundo José Velloso, presidente-executivo da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), o setor projeta queda de 10% no faturamento para 2016. “A indústria brasileira está doente”, diz.
Apenas um segmento da economia está ampliando investimentos –o de energia eólica. O maior baque é do setor de petróleo e gás.
Segundo o executivo, as indústrias brasileiras estão 35% menores do que em 2012, e as demissões não param.
(…)