PENDURADO NA BROCHA
(leia primeiro o post abaixo) Abaixo, lemos que o Brasil vai “convocar” os Estados Unidos para uma conversa para debater o uso das bases colombianas pelos EUA. É o verbo que o Itamaraty, em sua fase megalômana e ridícula, planta por aí: CONVOCAR. Pra começo de conversa, não pode “convocar” ninguém. Como se nota, a […]
(leia primeiro o post abaixo)
Abaixo, lemos que o Brasil vai “convocar” os Estados Unidos para uma conversa para debater o uso das bases colombianas pelos EUA. É o verbo que o Itamaraty, em sua fase megalômana e ridícula, planta por aí: CONVOCAR. Pra começo de conversa, não pode “convocar” ninguém. Como se nota, a Unasul não “convoca” nem mesmo a Colômbia, que é membro do grupo e, oficialmente, não participou da reunião. Por que teria poderes ou prestígio para CONVOCAR os EUA, não é membro? Vamos escrever as coisas como são? Quem tem maior potencial bélico é que convoca quem tem menos, não importa quanta diplomacia se coloque entre um e outro. Quando a diplomacia é essa vaca louca em que se transformou o Itamaraty…
A retórica esconde um fato óbvio: o Brasil ficou com a brocha na mão. E brochou. Mas faz de conta que mantém a mente reta e a coluna ereta. O Chile da socialista Michelle Bachelet não deu a menor pelota para o uso das bases colombianas. O Uruguai não está nem aí. O governo do Peru é adversário dos bolivarianos. Mais uma vez, em suma, Celso Amorim estava se deixando liderar por Hugo Chávez… O país não endossou a radicalização do discurso, conforme pretendia o trio bolivariano (Chávez, Rafael Corrêa e Evo Morales), e o dito acabará ficando pelo não-dito.
Os EUA aceitarão participar de uma reunião para dar explicações sobre as bases? Até podem. Não será o bastante para esconder o fato óbvio: Amorim quebrou a cara mais uma vez. Em algum momento, maluquetes do Itamaraty acreditaram mesmo que poderia haver um recuo dos EUA e da Colômbia.
E Chávez? As armas de seu Exército apreendidas com as Farc o desmoralizaram de vez. O Brasil tentou minimizar o fato, mas não conseguiu. Ele surge no cenário como aquilo que é: um delinqüente que financia o terrorismo em país vizinho. Se o Brasil tem alguma pretensão de liderar o Continente, sabe que não pode compactuar com isso. Só que compactua. E, então, não lidera coisa nenhuma.
Pior do que isso: há gente no Itamaraty pedindo auxílio “teórico” a alguns ditos “intelectuais” antiamericanos para propagar o perigo que representaria para o continente o uso das bases colombianas pelos EUA. Um deles é uma espécie de profissional da paranóia, tratado como caricatura até entre os esquerdistas. Essa gente, em suma, vai se perdendo em ridicularias.
Os mistificadores da imprensa pautados pelo Itamaraty, no Brasil, continuarão com essa conversa de que o Brasil manteve, na questão, uma posição moderada, de interlocutor. A última mentira influente é que se oferece para ser o mediador entre os EUA e Chávez — como se essa relação precisasse de mediação e como se houvesse grandezas equivalentes em choque a demandar um juiz.
Celso Amorim segue sendo a fraude intelectual mais influente do Brasil depois de Lula.