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Reinaldo Azevedo

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Pasadena e empréstimo do grupo Schahin: dois casos que provam que o PT privatizou a Petrobras

Em delação premiada, ex-engenheiro da empresa diz que Gabrielli ordenou compra de Pasadena para saldar “compromissos políticos”

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h06 - Publicado em 16 nov 2015, 20h14

O que há em comum entre a compra, pela Petrobras, de uma refinaria enferrujada em Pasadena, nos EUA, e um empréstimo ao PT, depois transformado em doação? Ora, o… PT!!! Que coisa impressionante! Ninguém nunca será malvado ou maledicente por desconfiar da honestidade dessa gente. Ah, sim: finalmente, José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras durante toda a fase da lambança, começa a ganhar um lugar na narrativa.

A Polícia Federal deflagrou nesta segunda a vigésima fase da Operação Lava Jato, batizada de “Corrosão”. O foco, desta vez, são ex-funcionários da Petrobras que embolsaram propina em contratos da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e na compra da unidade de Pasadena. Nota: por que “corrosão”? A empresa americana foi batizada de “A Ruivinha” numa referência à ferrugem!!!

Gabrielli, finalmente, foi lembrado. O engenheiro elétrico Agosthilde Monaco de Carvalho, que assinou acordo de delação premiada na Lava Jato, detalhou aos investigadores a atuação do ex-presidente da Petrobras na compra da refinaria nos EUA.

Segundo disse, o então presidente da estatal fez pressão nos bastidores em favor da realização do negócio para “honrar compromissos políticos”. Em seu depoimento, o engenheiro elétrico acusou ainda a companhia belga Astra Oil de ter pagado US$ 15 milhões em propina a funcionários da Petrobras para garantir a operação de compra da refinaria.

Para lembrar: em janeiro de 2005, o grupo Astra comprou 100% da refinaria de Pasadena por US$ 42,5 milhões. No ano seguinte, vendeu 50% do negócio para a Petrobras por US$ 431,7 — US$ 170 milhões desse valor se deviam ao estoque de petróleo. Mesmo assim, o lucro dos belgas foi bestial. Após mais de três anos de litígio, a estatal se viu forçada a adquirir a outra metade por US$ 639 milhões. De acordo com cálculos do TCU, a Petrobras teve prejuízo de US$ 792 milhões na operação. Fernando Baiano já havia acusado a Astra de pagar propina de US$ 15 milhões.

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Foram presos na fase “Corrosão” o ex-gerente-executivo de Engenharia da estatal Roberto Gonçalves e o operador financeiro Nelson Martins Ribeiro. Eles são acusados de corrupção passiva, evasão de divisas, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. Para os procuradores, as investigações dessa nova fase podem resultar até na anulação da compra de Pasadena e no ressarcimento do prejuízo aos cofres públicos.

Os ex-funcionários Souza Tavares, Rafael Mauro Comino, Luís Carlos Moreira da Silva, Aurélio Oliveira Teles e Carlos Roberto Martins Barbosa, todos da Área Internacional, foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimentos.

Grupo Schahin
Em delação premiada, o empresário Salim Schahin disse que o aval do ex-presidente Lula foi decisivo para que o grupo Schahin conseguisse um contrato bilionário com a Petrobras em 2007. Segundo ele, foi uma compensação pelo perdão de uma dívida milionária que o PT tinha com o banco Schahin, estimada em R$ 60 milhões. As negociações ocorreram no fim de 2006, após a reeleição de Lula.

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Meses depois, já em 2007, a construtora do grupo assinou com a Petrobras um contrato no valor de US$ 1,6 bilhão para operar o navio-sonda Vitória. Segundo o novo delator, a operação foi intermediada pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigão do ex-presidente Lula.

Entenderam como a coisa funciona? A Petrobras comprou Pasadena porque, afinal, era preciso honrar “compromissos políticos”, e o grupo Schahin perdoou uma dívida de R$ 60 milhões com o PT em troca de um contrato bilionário com a estatal.

Nos dois casos, tudo indica, a empresa foi usada como instrumento das finanças do partido. É a privatização à moda petista.

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