Parvenu
Muito engraçado o mais recente post no blog de Mino Carta. Pede a seus “colaboradores” Ana Luísa Vieira e Felipe Marra Mendonça que não incluam “a partir deste momento, qualquer comentário a respeito do senhor Diogo Mainardi”. Diz-se comovido com as manifestações de solidariedade, mas adverte: “Não me refiro, obviamente, a quem mencionou, de forma […]
No dia 13 de novembro, com aquela redação cheia de fricotes, vidrilhos e babados, derramava-se o ilustre: “No meu blog, desde a noite de sexta, 433 internautas solidarizaram-se comigo contra um dos meus persistentes caluniadores. Reprovados 106, prontos à agressão, cometida em termos inaceitáveis. Mais ou menos 20%, o que está muito bom. Todos os que me apóiam, tocam violino, e o som vibra na minha zona situada entre o coração e a alma”. É possível que a tal “zona” tenha sido invadida por música menos agradável aos ouvidos de homem tão sensível: notas desenhadas na pauta do decoro. O post, é visível, obedece à orientação de advogados. Mais uma vez, terceiriza-se a responsabilidade pelo blog: Mino cuida do Stradivarius, enquanto mordomos, até então invisíveis, mas agora chamados à cena do crime, administravam-lhe o castelo. Mais um ato de coragem.
Ah, sim: no post, ele lembra, fingindo aquela doçura dos homens inatuais: “Uso até hoje uma velha Olivetti, companheira querida, porque não ouso aproximar-me de um computador. Falta-me peito, temo que me engula.” Ui! Não engole, não! Mino confunde a sua declarada incapacidade de usar um microcomputador com uma espécie de aristocracia do espírito, como se esse maneirismo fosse a prova definitiva de que há ali uma alma realmente superior, alheia a modismos e mundanidades. É fácil enganar os bocós e puxa-sacos. Leitor, prefira os “inatuais” de Balzac ou de Proust. Só o mundo do dinheiro aceita um “parvenu”. O do espírito, não!