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Reinaldo Azevedo

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Partida contra a Holanda revela que Felipão perdeu o controle da equipe; jogadores da reserva tomam o lugar do técnico e instruem companheiros. Vexame chega ao fim com a defesa mais vazada da história da Seleção; Felipão insiste em ficar!!!

Como resta claro, não foi o acaso que levou a Seleção Brasileira a perder para a Alemã por 7 a 1. Também não foi um apagão, como se tentou vender. Só pode apagar o que aceso está. E, de fato, nunca chegamos a ter uma equipe. O vexame teve continuidade hoje, na derrota para a […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 03h30 - Publicado em 12 jul 2014, 21h53
Júlio César pula mas não defende o pênalti chutavo pelo holandês Van Persie, no Mané Garrincha em Brasília - Ivan Pacheco/VEJA.com

Júlio César pula, mas não defende o pênalti cobrado pelo holandês Van Persie, no Mané Garrincha, em Brasília (Foto: Ivan Pacheco/VEJA.com)

Como resta claro, não foi o acaso que levou a Seleção Brasileira a perder para a Alemã por 7 a 1. Também não foi um apagão, como se tentou vender. Só pode apagar o que aceso está. E, de fato, nunca chegamos a ter uma equipe. O vexame teve continuidade hoje, na derrota para a Holanda por três a zero. Dez gols tomados em dois jogos! É a pior defesa das 20 jornadas de que o país participou.

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Como se vê, até o sósia de Felipão, que trabalha no Zorra Total, estava certo, não é? Havia também um problema na… defesa! O conjunto da obra é patético. Num momento de paralisação do jogo para atendimento a um jogador da Holanda, todo o banco de reservas do Brasil se levantou para dar “instruções técnicas” a jogadores, inclusive Neymar, que assistia à partida. Felipão ficou sentado, apalermado, demonstrando que já não tinha, se é que chegou a ter, o comando da equipe.

No dia 23 de junho, depois da vitória contra Camarões, escrevi aqui:

Brasil conrra Camarões

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Nesse texto, aliás, eu contestava a besteira que parte da crônica esportiva começou a dizer, repetindo Felipão, segundo a qual seria preferível o time brasileiro enfrentar a Holanda nas oitavas de final a enfrentar o Chile. O jogo deste sábado disse tudo.

Na primeira vez em que a Holanda conseguiu passar para o campo de ataque, com 1min30s, Thiago Silva fez falta e derrubou Robben. Foi fora da área, mas o juiz marcou o pênalti. Roubou para a Holanda? Bem, depende, né? O zagueiro brasileiro deveria ter sido expulso e não foi. Com menos de dois minutos decorridos, convenham: o primeiro gol holandês acabou sendo um preço barato. “Ah, no segundo gol, havia impedimento…” A ruindade do juiz não foi responsável pelo resultado melancólico. Aos 26 minutos do primeiro tempo, a equipe brasileira havia feito uma única finalização.

Os vexames foram se acumulando. Oscar levou um cartão amarelo por simular pênalti. E simulou mesmo! Enquanto os jogadores brasileiros insistirem nessa palhaçada — e isso também é resultado de um treinamento ruim —, não vamos muito longe. Insisto, ademais, num outro aspecto: o jogo da Seleção Brasileira, além de feio, não é dos mais leais. Não fiz a contabilidade, mas Fernandinho deve ser o jogador com mais faltas desse torneio. Mesmo Hernanes entrou pilhado. No primeiro lance de que participou, fez uma falta meio grotesca. No segundo, outra.

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Nunca existiu um time. A contusão de Neymar revelou isso de forma cabal. Não acho que o Brasil tivesse ido adiante com ele em campo, mas o vexame talvez fosse menor porque levaria mais intranquilidade aos adversários, e sempre haveria a possibilidade de, num lance fortuito, fazer brilhar seu talento. Pode, no entanto, uma seleção depender de um único jogador?

A torcida resistiu o quanto pôde. Num dado momento, houve até uma disputa entre uma parcela que gritava “olé” quando a Holanda trocava passes, e outra que insistia em aplaudir a equipe. Ao fim, não teve jeito: o estádio, em uníssono, vaiou a Seleção.

Tchau, Felipão!
Felipão não se dá por vencido. Mesmo tendo demonstrado neste sábado que não tem controle da equipe — afinal, os jogadores da reserva é que davam instruções a quem estava em campo —, não pediu demissão. Limitou-se a “entregar o cargo” à direção da CBF para que ela tome a decisão. Ora, isso é o mesmo que nada. O cargo sempre pertenceu à confederação, não é? A CBF não precisa da autorização de Felipão para demiti-lo.

O que o treinador quer dizer com esse gesto? Que pretende continuar; que continua cheio de ideias. Quais? Ora, ninguém diverge muito, com uma ou outra exceção, sobre o time que deve ser escalado. É mais ou menos esse que está aí, não é? Eu gostaria de ver esse mesmo grupo treinado por Pep Gardiola ou por Mourinho. Mas não verei. Parece que vem Tite por aí, que me parecia o nome óbvio em 2012, quando a CBF decidiu escolher Felipão, o homem que havia sido demitido do Chelsea e havia ajudado a enterrar o Palmeiras… Que seja Tite, então! Ao menos há a possibilidade de a Seleção organizar a defesa… Pode não levar a Copa, mas também não leva uma surra.

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