Parece alho, mas é bugalho
Por Tânia Monteiro, no Estadão On Line. Volto em seguida:Com relação ao atraso na liberação do licenciamento ambiental para a construção de duas hidrelétricas no Rio Madeira, o presidente negou que haja briga entre as ministras da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do Meio Ambiente, Marina Silva.“Não tem briga entre ministros. Não pode ter briga […]
Com relação ao atraso na liberação do licenciamento ambiental para a construção de duas hidrelétricas no Rio Madeira, o presidente negou que haja briga entre as ministras da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do Meio Ambiente, Marina Silva.
“Não tem briga entre ministros. Não pode ter briga entre ministros. No dia em que tiver, mando os dois embora e assumo a responsabilidade. O que existe são divergências. Mas essas divergências são resolvidas com discussões. Estou tranqüilo porque estamos trabalhando as hidrelétricas. Pode durar um mês a mais ou a menos, mas não vai faltar energia em 2011, 2012, ou 2013″, afirmou.
Lula elogiou Dilma, e os ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, no “trabalho extraordinário” que vêm desempenhando no acompanhamento do Programa de Aceleração do crescimento (PAC). “Duvido que em algum momento tenha havido tamanha seriedade no controle de gestão de políticas públicas.
E se alguém disser que houve, estou disposto a sentar e discutir”, disse o presidente, em discurso na inauguração do Centro Operacional e Administrativo dos Correios e Telégrafos, na cidade catarinense de São José. O presidente destacou que a partir de agora, a cada quatro meses, a sociedade vai receber informes sobre o andamento do PAC.
“Só não vou entregar para o papa porque ele não tem obrigação de saber o que é o PAC”, brincou. Lula reclamou da forma como a imprensa divulgou o balanço do PAC, ao afirmar, segundo o presidente, que metade do programa é preocupante. “A imprensa misturou cebola com alho”. Lula lembrou que depois do PAC já foi encaminhado ao Congresso Nacional o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), da Educação, e que depois virão o PAC das medidas sociais e da segurança pública.
Em entrevista, logo em seguida, Lula negou que o governo estaria pautando o Congresso a partir dos programas de crescimento. “Não é o governo pautando o Congresso; é o governo pautando as necessidades do Brasil”. Lula garantiu que o PAC será cumprido integralmente. Disse que a cada 15 dias os ministros não escaparão dele para apresentar resultados do programa e que a partir de agora vai andar pelo Brasil inaugurando obras. “É o PAC que está na agenda do presidente e vou cumpri-la à risca”, disse.
Correios
No mesmo evento, Lula descartou qualquer possibilidade de privatização da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). O presidente lembrou que acabou o tempo em que as empresas públicas eram deficitárias e em que era preciso que o Estado brasileiro abrisse mão delas. “O Correio está sendo bem administrado e modernizado”, disse o presidente.
Segundo ele, os funcionários dos Correios não podem se queixar dos salários, porque conseguiram vantagens nos últimos anos e se pedirem mais poderão quebrar a empresa.
VolteiCoitada da imprensa. Dilma e Marina travam uma guerra de foice no escuro, mas a culpada é a imprensa. A ministra da Casa Civil diz que metade das obras do PAC não segue a contento, os jornais noticiam rigorosamente o que ela fala, e o Apedeuta fica bravo. Urge mesmo que se crie logo a TV de Franklin Martins. Precisamos aprender como se faz jornalismo nestepaiz…
Lula também negou que haja briga entre ministros — ou ministras. E, se houver, anuncia, manda os dois lados embora e assume tudo. Ufa! É de matar esse estilo. Uma coisa que nem mesmo seus companheiros têm a coragem de afirmar é que ele goste de pegar no pesado. Entrevistei-o duas vezes na vida. A sua impaciência com um raciocínio que inclua mais de uma oração subordinada é visível. Começa a respirar fundo e a menear a cabeça, na ânsia de que você pare logo de falar para ele decretar uma de suas sentenças, como esta, magnífica: “A imprensa mistura alho com cebola”. Talvez quisesse dizer “alhos com bugalhos”. A expressão só existe porque se trata de formações que podem se confundir à primeira vista, mas que são essencialmente diferentes. Uma imprensa que misture alho com cebola só pode estar fazendo um bom trabalho, hehe. O homens nos explica: o que há é divergência. E como se resolve? Ora, ensina, com “discussão”.
Entendi.