O Ministério da Saúde adverte: Lexotan não cura diarréia

O caso é prosaico, mas revela um método. E também remete a algo que chegou a ter alguma importância na disputa política. Lembram-se da tal “Lista de Furnas”, que traria nomes de oposicionistas comprometidos com um esquema de caixa dois na empresa. Quem a pôs para circular foi o lobista Nilton Monteiro. O PT sempre jurou — como jura esse partido! — que nunca teve nada com isso. Até a Polícia Federal de Márcio Thomaz Bastos já comprovou que a lista foi falsificada, embora os petistas insistam nela. Parte dos insultos que este blog recebe costuma trazer a “Lista de Furnas” para provar “que os seus (no caso, meus…) amigos são safados” e delicadezas do gênero. Pois bem, Monteiro precisava de um advogado. Por coincidência, claro, quem apareceu para defendê-lo? William Santos. E quem é William Santos? Secretário de Assuntos Institucionais do PT de Belo Horizonte e ex-membro da Executiva Nacional do partido. O lobista não compareceu à primeira audiência. Estaria com desarranjo intestinal. A prova apresentada por William atestando a falta de condições físicas de seu cliente foi uma receita de Lexotan, de 6 mg. O Lexotan é um benzodiazepínico indicado para quadros de ansiedade. Há o de 3 mg, mais leve. Pelo visto, não adiantaria. Eu não sabia que o remédio servia para curar diarréia. Só se for porque o cara está se borrando de medo.