Para cumprir promessa sobre Metrô, Marta precisaria de dois PACs só pra ela
Por Sérgio Gobetti, no Estadão:A ex-ministra e atual candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, precisaria de quase dois PACs dedicados exclusivamente a ela para poder concretizar a promessa de construir 60 quilômetros de metrô na capital até 2014, ano da Copa do Mundo. O PAC é a sigla utilizada pelo governo […]
A ex-ministra e atual candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, precisaria de quase dois PACs dedicados exclusivamente a ela para poder concretizar a promessa de construir 60 quilômetros de metrô na capital até 2014, ano da Copa do Mundo. O PAC é a sigla utilizada pelo governo federal para se referir ao Programa de Aceleração do Crescimento, que destina verbas federais para os projetos prioritários do País.
Em 2008, o governo chegou a reservar R$ 17,9 bilhões de seu Orçamento para os investimentos do PAC, mas ainda não utilizou nem metade disso.
A construção de 60 quilômetros de metrô pode custar cerca de R$ 30 bilhões, se considerado o gasto médio na construção do trecho Alto do Ipiranga-Vila Prudente, que está sendo feita pelo governo do Estado.
A construção dos 4,3 quilômetros desse trecho é orçada, segundo números do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financia a obra, em R$ 2,1 bilhões. Ou seja, são aproximadamente R$ 489 milhões para cada quilômetro. Do valor total dessa obra, o BNDES deve contribuir com R$ 1,57 bilhão, mas só foram liberados até agora R$ 64,1 milhões.
A Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), estatal dependente da União, também está participando do esforço de construção desse trecho do metrô paulistano.
Neste ano, a empresa já liberou R$ 229,5 milhões a fundo perdido e deve liberar mais R$ 40,5 milhões até o final do ano, segundo a diretoria financeira. Ou seja, faltariam R$ 256 milhões a serem bancados diretamente dos cofres estaduais.
De acordo com a CBTU, esta é a primeira vez que o metrô de São Paulo recebe recursos do Orçamento da União via estatal. Na verdade, os valores foram previstos em 2007 e só começaram a ser pagos efetivamente neste ano.