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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Os cabelos brancos, os olhos encovados e as bochechas caídas salvarão Obama?

Vejam esta foto, de Evan Vucci, da Associated Press. É Barack Obama nesta sexta. Será o presidente dos EUA salvo por seus cabelos brancos? Cabelos brancos — assim era no tempo em que eles embranqueciam… — conferem ao indivíduo um ar de respeitabilidade, de seriedade, de prudência, embora não seja menos verdade que as cãs também […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h04 - Publicado em 7 jun 2013, 16h45

Vejam esta foto, de Evan Vucci, da Associated Press.

Obama - cabelos brancos

É Barack Obama nesta sexta. Será o presidente dos EUA salvo por seus cabelos brancos?

Cabelos brancos — assim era no tempo em que eles embranqueciam… — conferem ao indivíduo um ar de respeitabilidade, de seriedade, de prudência, embora não seja menos verdade que as cãs também chegam para os insensatos. Sei não… Acho que ele andava usando alguma coisinha até estourar a série de escândalos. Parece ter parado. O homem altivo, que veio ao mundo com o queixo ajustado ao ângulo das estátuas e o olhar sempre posto no horizonte, antevendo o futuro, está cabisbaixo, macambúzio, sorumbático, taciturno… Parece quase implorar: “Tenham pena de mim!”.

Boa parte da imprensa americana está fazendo um esforço danado, vê-se. Em seu lugar, Bush estaria sendo tratado como Judas. A Obama ainda se faculta, quem sabe?, a hipótese do engano, como se ele não fosse, afinal de contas, o chefe máximo de um jeito de fazer política e de entender o poder. E esse é o problema. Já volto aqui.

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Nesta sexta, ele veio a público para tentar explicar por que o seu governo exerce uma ampla e generalizada espionagem dos americanos, sempre lembrando que a informação vem a público depois de ter ficado claro que o Fisco perseguiu setores do Partido Republicano e violou o sigilo de jornalistas. E o que disse, com o queixo já ajustado ao novo ângulo, os olhos um tanto encovados e a bochecha meio caída, o Demiurgo das esferas? Isto:

“Quando assumi meu mandato, me comprometi com duas coisas: o respeito à Constituição e a proteção dos cidadãos americanos. Não podemos ter 100% de segurança com 100% de privacidade e sem nenhum inconveniente”.

Nada de errado com a fala em si. Mas esse texto pertence aos republicanos de Bush, não? Esse texto compõe a narrativa dos adversários, que ele varreu do poder com as urnas, assegurando que aqueles eram rigores de um Estado hipertrofiado, que havia avançado nos direitos individuais. A diferença, reitero, entre Obama e Bush nesse particular é que este contou aos americanos o que estava em curso. Ou deixando mais claro ainda: os republicanos correram o risco de perder votos com a escolha que fizeram; Obama decidiu ganhá-los dizendo que faria o contrário. E ele não só se escusou de cumprir a promessa como ampliou e aprofundou o monitoramento. Como vimos, não se limitou às práticas que, vá lá, podem ser consideradas úteis no combate ao terror. O estado perseguiu seus adversários políticos.

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Tentou ser ainda mais convincente:
“Ninguém está ouvindo suas ligações telefônicas. O que os serviços de inteligência estão olhando são os números de telefone e a duração das ligações. Eles não estão vendo o nome das pessoas, nem o conteúdo das ligações, mas buscando informações entre dados que possam identificar potenciais planos de terroristas”.

Com essas mesmas palavras, Bush, insista-se, defendia o programa, correndo o risco de se desgastar por isso. Ademais, note-se que, ainda que seja mesmo assim, nos dois outros episódios — espionagem a jornalistas e perseguição a grupos ligados ao Tea Party —, o governo perseguia conteúdos mesmo; violava explicitamente garantias constitucionais. Os setores considerados à direita do Partido Republicano foram obrigados a revelar aos policiais de pensamento de Obama até as orações que faziam…

Na manhã desta sexta, escrevi um texto lamentando o comportamento de amplos setores da imprensa no caso da manifestação de evangélicos havida na quarta, em Brasília: fez-se uma cobertura porca, precária, distorcida, marcada pelo viés ideológico. Tudo porque, na fantasia de alguns bobocas, o papel da imprensa é fazer avançar a “agenda progressista”. Ora, quando se concede aos “progressistas” o monopólio do bem, eles se sentem à vontade para praticar qualquer coisa, inclusive e muito especialmente o mal.

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