Ordens do PCC: “Matem o pessoal do PSDB (…), menos o PT, né meu…”

O PT está ou não ligado ao PCC? A pergunta está errada. O PCC se interessa ou não pelas políticas do PT? Esta é a pergunta certa. Sempre que estas duas siglas aparecem juntas, os petistas ficam furiosos e ameaçam recorrer à Justiça. Acusam, por exemplo, o tucano José Serra de ter estabelecido tal vínculo quando ele se resumiu a lembrar que foi pedida a prisão preventiva de um ex-auxiliar de Marta Suplicy. Acusação? Ligação com o partido do crime. Reportagem de Bruno Paes Manso no Estadão desta sexta não deixa a menor dúvida: o PCC tem suas preferências político-partidárias. E já matou ao menos um vereador. Por quê? Porque ele era tucano. Leiam um trecho da reportagem: “O vereador do PSDB, Paulo Sérgio Batista, da Câmara Municipal de Mairinque, no interior de São Paulo, foi assassinado no dia 13 de maio a mando do PCC. É o que apontam escutas feitas pela Polícia Civil, acompanhadas pelo Ministério Público, onde Valdeci Francisco Costa, o Cei ou Notebook, uma das principais lideranças da facção no interior do Estado, fala com outro criminoso não identificado sobre o assassinato no dia seguinte ao crime. ‘O primeiro ataque que teve xeque mate é … referente a político aí, partiu de nóis, irmão.. . não foi escolhido à toa, entendeu? Mas é do PSDB. Presidente da Câmara e do PSDB mesmo, entendeu?’ Conhecido como Paulinho da Lanchonete, o parlamentar foi assassinato no sábado da primeira onda de ataques do PCC enquanto esperava por outros vereadores que lhe dariam carona para ir a um congresso em Piedade. Às 8 horas, dois homens chegaram em um Fiesta prata, desceram e dispararam seis tiros à queima-roupa antes de fugir. Na sexta-feira, antes do começo dos ataques, o Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) já havia obtido uma escuta em que Orlando Mota Júnior, o Macarrão, outro cabeça do PCC, determinava: ‘Matem o pessoal do PSDB.’ Na escuta do assassinato do vereador, Notebook conversa também com o outro criminoso sobre o significado do “salve” de Macarrão. Eles discutem se os políticos do PCdoB também devem ser alvos de atentados. ‘O PCdoB, os dois é vermelho, é oposição, né, irmão?… É partido de esquerda… E tanto um quanto outro são coligados, né? Os dois são partidos do trabalhador aí tal… Mas o salve falou todos, menos o PT, né meu…’ Clique aqui para ler mais