OGX perde R$ 10,9 bi de valor na bolsa
Por Kelly Lima, no Estadão: A OGX, petroleira do grupo de Eike Batista, perdeu ontem R$ 10,9 bilhões de seu valor de mercado por causa da frustração de expectativas em relação à revisão de seu portfólio. Na última sexta-feira, com base em auditoria da consultoria DeGolyer & MacNaughton (D&M), a companhia havia revisado o potencial […]
Por Kelly Lima, no Estadão:
A OGX, petroleira do grupo de Eike Batista, perdeu ontem R$ 10,9 bilhões de seu valor de mercado por causa da frustração de expectativas em relação à revisão de seu portfólio. Na última sexta-feira, com base em auditoria da consultoria DeGolyer & MacNaughton (D&M), a companhia havia revisado o potencial de suas reservas de 6,8 bilhões para 10,8 bilhões de barris de óleo equivalente.
O aumento de 58,8% sobre a última projeção, feita em setembro de 2009 pela mesma consultoria, foi recebido na sexta-feira como uma boa notícia, embora conservadora na visão da empresa. Mas, ontem, no primeiro pregão da Bovespa após o anúncio, as ações da OGX despencaram 17%, puxando para baixo não somente outras empresas do grupo, como também a petroleira HRT, que vinha sendo vista como uma “cópia”, com desempenho e perspectivas semelhantes.
“Parece que, de repente, o mercado acordou para os riscos do setor de petróleo”, comentou o analista do Banco do Brasil, Nelson Rodrigues Matos. Numa primeira leitura logo após o relatório divulgado no final da tarde de sexta-feira, as ações da empresa chegaram a subir 3,5% no “after market”, período que sucede o fechamento do pregão, às 17h30.
A euforia, porém, deu lugar à frustração ontem, logo pela manhã, quando começaram a ser divulgados relatórios de bancos com as análises da revisão de portfólio. Em teleconferência, o empresário Eike Batista chegou a ser ríspido com um analista.
Ao ser indagado sobre a elevada taxa de retorno fixada pela OGX para suas áreas – 49%, ante 25% estimados pela D&M -, ele afirmou que se recusa a aceitar esse padrão. Para as áreas do pré-sal de Santos, a Petrobrás também estima retorno de 25%.
“Estamos num mundo digital, em que temos novas tecnologias de exploração. A consultoria (D&M) já mostrou ao mercado o quão conservadora é. Eu respeito, mas estou avaliando a possibilidade de contratar outros relatórios no futuro. Seria interessante que os analistas avaliassem dois ou três relatórios de consultorias diferentes antes de emitir suas opiniões”, protestou. Aqui