O queijo suíço de Joaquim Roriz
Da Agência Brasil. Volto depois: O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), vai solicitar na quarta-feira, à Polícia Civil do Distrito Federal e ao Ministério Público dados sobre as denúncias contra o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF). De acordo com reportagens publicadas neste final de semana, o senador teria combinado divisão de dinheiro com o ex-presidente […]
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), vai solicitar na quarta-feira, à Polícia Civil do Distrito Federal e ao Ministério Público dados sobre as denúncias contra o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF). De acordo com reportagens publicadas neste final de semana, o senador teria combinado divisão de dinheiro com o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Tarcísio Franklim de Moura, suspeito de participar de um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, descobertas por meio da Operação Aquarela, da Polícia Federal.
Por conta do foro privilegiado, a possível participação de Roriz no esquema deve ser investigada pela Procuradoria-Geral da República.
Jornais e revistas já publicaram conversas telefônicas entre Roriz e Moura, gravadas no dia 13 de março pela Polícia Civil do Distrito Federal com autorização da Justiça, em que eles teriam combinado um encontro no escritório do empresário Constantino de Oliveira para a partilha de dinheiro.
No mesmo dia da conversa, houve uma operação de saque no BRB no valor de R$ 2,2 milhões em nome de Nenê Constantino de Oliveira, de acordo com as matérias divulgadas pela imprensa.
Por telefone, a assessoria de Joaquim Roriz disse à Agência Brasil que o senador pediu R$ 300 mil ao empresário para pagar a compra de uma bezerra e que há documentos comprovando a transação, como nota fiscal da venda do animal e nota promissória.
O senador Joaquim Roriz foi governador do Distrito Federal nos anos 1988/1990, 1991/1994, 1999/2006. Tarcísio Franklim de Moura chegou a ser preso durante a Operação Aquarela, mas acabou solto após três dias juntamente com os demais investigados da Operação Aquarela.
O PSOL vai entrar no Conselho de Ética do Senado nesta semana com pedido de cassação do mandato do senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), por suposto envolvimento em esquema de desvio de dinheiro do Banco de Brasília (BRB). A decisão foi tomada neste domingo, 24, em reunião da Executiva do partido.
Voltei
A história do senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) se parece com um roteiro da Carochinha. O roteirista é ainda mais incompetente do que o que elaborou a história de Renan Calheiros. Vamos ver.
O cheque, diz Roriz, é do empresário Nenê Constantino, pai dos donos da Gol — aliás, ele próprio sócio da empresa. Viria da venda de uma fazenda para Dan Herbert, dono da empreiteira que construiu o Metrô de Brasília quando Joaquim Roriz era o governador. Sei.
Pois é. Parou aí? Não parou. O cheque é do Banco do Brasil, mas o saque foi feito no Banco de Brasília. Vejam bem: segundo Roriz, Nenê Constantino emprestou-lhe 300 mil, mas lhe deu um cheque de R$ 2,2 milhões para que ele pegasse os R$ 300 mil — e o senador iria entregar ao dono da grana modestos R$ 1,9 milhão em dinheiro vivo. A pergunta óbvia é uma só: por que Nenê, então, não depositou em sua própria conta os R$ 2,2 milhões e não liberou os R$ 300 mil para o amigão?
A conversa entre Roriz e Tarcísio Franklin aborda abertamente a divisão do dinheiro com um grupo de pessoas. É claro que o caso é grave. A versão oficial não poderia ter uma aparência mais fajuta. Vamos ver como vai agir Romeu Tuma (DEM-SP). Se for tão severo como foi com Renan, Roriz pode ficar inicialmente satisfeito. É claro que o caso não tem o mesmo peso político do de Renan — ambos do PMDB. Afinal, Roriz não é presidente do Senado e do Congresso. Mas entendam: a diferença está apenas no peso institucional.
Eis aí a que ponto chegaram as coisas. É mais uma gravação legal que acabou vazando. Depois preciso perguntar a Elio Gaspari o que ele acha disso. Aliás, informa a Folha On Line. Roriz soube aproveitar a deixa. Leiam: