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Reinaldo Azevedo

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O PCC, a Justiça e o caroço no angu

A sociedade brasileira está profundamente doente. E o maior sinal é não conseguir distinguir o bem do mal. Um juiz não pode decidir sob os efeitos do clamor público, é fato. Mas entendo que a decisão sobre o destino de um criminoso tem de visar, antes de tudo, à segurança do público. Que se saiba, […]

Por Reinaldo Azevedo
Atualizado em 31 jul 2020, 23h20 - Publicado em 11 ago 2006, 04h27
A sociedade brasileira está profundamente doente. E o maior sinal é não conseguir distinguir o bem do mal. Um juiz não pode decidir sob os efeitos do clamor público, é fato. Mas entendo que a decisão sobre o destino de um criminoso tem de visar, antes de tudo, à segurança do público. Que se saiba, o sujeito só está preso porque atentou contra direitos de terceiros ou da coletividade. A sua segurança e os seus direitos contam. Mas devem ser coisas derivadas do principal. Duas reportagens, uma no Globo e outra na Folha são emblemas dos problemas que vivemos. Reproduzo trechos e publico os links. No Globo, por Luiza Alcalde e Gelson Netto, em matéria intitulada: “PM: indulto porá nas ruas 113 ligados a facção”: “O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, Coronel Eliseu Eclair Teixeira Borges admitiu ontem que não tem como monitorar “com 100% de eficácia” os passos dos presos que pertencem à facção criminosa que vem cometendo atentados no estado e que vão sair dos presídios para passar o Dia dos Pais em casa beneficiados com a saída temporária autorizada pela Justiça. Segundo ele, de acordo com levantamento da PM, dos 11 mil detentos do estado que vão ganhar a liberdade durante cinco dias, 113 pertencem à facção criminosa que age dentro e fora dos presídios paulistas. Há 20 dias o setor de inteligência do estado trabalha com informações de que a quadrilha poderá atacar novamente neste fim de semana.”Podemos perdê-los, sim. E eles aí estarão soltos — disse ontem o coronel Borges.” Só um detalhe: foram 9 mil os pedidos. Clique aqui para ler mais. A reportagem de Kleber Tomaz, na Folha, parece começar mais animadora, mas depois preocupa: “A Justiça negou ontem o pedido de saída temporária no Dia dos Pais para 200 presos do regime semi-aberto da cidade de São Paulo. Das 932 solicitações feitas, 707 foram atendidas -esses detentos sairão a partir das 10h de hoje e devem voltar até as 18h de segunda. Os demais 25 pedidos não passaram por avaliação pelo fato de serem duplicatas ou o solicitante já estar em liberdade. Em todo o Estado, foram feitas cerca de 9.000 solicitações de saída temporária. A decisão cabe ao juiz de cada comarca. A sentença foi proferida à noite pela juíza Isaura Cristina Barreira, da Vara de Execuções Criminais do fórum da Barra Funda. À tarde, ela havia relatado o que levaria em conta na análise dos pedidos.‘Eu analiso a conduta carcerária do preso, sua vida criminal, a folha de antecedentes e o tipo de crime. Aquele que não se enquadrar no perfil desejado nesses grupos não sairá.’A juíza disse que relatos da polícia sobre supostas ligações de presos com a facção criminosa PCC não seriam motivo para veto, a menos que fossem apresentadas provas.‘O fato de a polícia dizer que o preso tem ligação com o PCC não é motivo para que ele não saia no Dia dos Pais. É preciso que haja provas concretas desse envolvimento ou da ligação dele com os ataques. E isso não veio a mim’, afirmou Isaura.” Clique aqui para ler mais. Como é que eu me convenço de que a juíza não está me dizendo que as investigações em curso feita pela Polícia, sem a prova cabal, não valem nada? Fico um tanto chocado com isso. Que juiz, em seu gabinete, olhando apenas o papelório, se sentiria mais tranqüilo em tomar uma decisão do que ouvindo o trabalho de quem está enfrentando os bandidos nas ruas? Ok, estivéssemos vivendo o melhor dos mundos, e estas minhas dúvidas não fariam sentido. Mas estamos muito longe disso.

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