O PAC é imexível ou não é? Ô conversa irrelevante!
Nas palavras dos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil), o tal PAC é, como diria o ex-ministro Magri, “imexível”. Para Lula, conforme ficou claro na reunião do Conselho Político, havida hoje, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não é “obra acabada”. Você pode pensar, leitor, que, então, está o maior bafafá. […]
Na reunião com os partidos políticos, ficou claro que o presidente pretende usar o PAC como o redutor de todas as contendas políticas, tanto as internas — dentro da aliança-ônibus de 11 partidos — como as externas, com as oposições. O que vai ser exatamente negociado? Ah, uma obrinha aqui, outra ali. Nada além. O pleito do governador Aécio Neves, de morder um naco da CPMF, por enquanto, fica fora da pauta. Também não se disse um não redondo. Quem sabe um dia, vocês entendem?
Some-se a isso a declaração de Tarso Genro (Relações Institucionais) de que aquela estrovenga preparada pela OAB é a reforma política do governo, e teremos um retrato do que Lula pretende sejam os próximos quatro anos — ou, vá lá, os próximos dois: dissensões em tono do PAC. No melhor estilo tocador de obras, o presidente pretende cobrar resultados dos ministros a cada 15 dias. Anotem aí: veremos muita foto de Lula com capacete de proteção em canteiros Brasil afora.
Chamei aqui o PAC de “pactóide” logo no primeiro dia. Remetia, claro, à idéia do “factóide”, mas também à de um falso pacto. Ao menos até as eleições municipais de 2008, a idéia é congelar a política. É por isso que essa disputa entre dois governistas na Câmara, que só existe, diga-se, porque a Terceira Via surgiu, azeda os ânimos. Lula pretendia que até a reforma ministerial fosse pautada por alinhamentos ditados por seu PAC.