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Reinaldo Azevedo

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O objetivo do jogo sujo – Aécio tem de denunciar a tramóia

Um tipo como o ex-jornalista Amaury Ribeiro Jr., capaz de integrar uma quadrilha organizada para quebrar sigilos fiscais — afinal, foi isso o que ele fez, não? — pode dizer qualquer coisa. O que me causa particular estupefação  e que esse sujeito era admitido, em certos círculos, até havia outro dia, como um representante, calculem!, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h53 - Publicado em 20 out 2010, 16h58

Um tipo como o ex-jornalista Amaury Ribeiro Jr., capaz de integrar uma quadrilha organizada para quebrar sigilos fiscais — afinal, foi isso o que ele fez, não? — pode dizer qualquer coisa. O que me causa particular estupefação  e que esse sujeito era admitido, em certos círculos, até havia outro dia, como um representante, calculem!, do jornalismo investigativo. Recentemente, esteve numa festinha de profissionais que já ganharam o Prêmio Esso de Jornalismo — como se a sua profissão, atualmente, não fosse outra.  É como se cirurgiões plásticos sérios confraternizassem com Osmany Ramos. Durante muito tempo, foi poupado pelo corporativismo. Pior do que isso: virou herói de blogs sujos, ALGUNS DELES PATROCINADOS PELA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL!

Este senhor negava, inicialmente, que fosse o mandante do crime.  Agora admite. Como é quem é, como conhece o mundo da bandidagem e sabe que tem se procurar se safar causando o máximo possível de estragos no terreno adversário, diz ter iniciado a sua “investigação” — !!! — para proteger o então governador Aécio Neves (MG) de um grupo de espionagem do então governador (SP) José Serra. Assim, flagrado em delito trabalhando para os petistas, procura criar um curto-circuito entre os tucanos. Afinal, ele era, ou é, um funcionário do PT.

Eis aí… Quando  José Serra relacionou as quebras de sigilo à campanha de Dilma Rousseff, o PT fez um Deus-nos-acuda. Um dos que reagiram indignados foi José Eduardo Cardozo, este rapaz que desperta em mim, como posso dizer?, uma particular curiosidade científica. Ninguém consegue, como ele, o contraste perfeito entre ser petista e afetar aquele ar sério, compenetrado…

Não se esqueçam de que há até uma nota do Ministério da Fazenda negando que o sigilo do genro de Serra tivesse sido quebrado. Não se esqueçam de que há uma entrevista coletiva do secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, e do corregedor negando que as quebras de sigilo tivessem qualquer viés político. Não se esqueçam de que muita gente do jornalismo que se leva a sério tentou acusar Serra de estar maximizando a questão.

Há correspondência entre as lambanças de Amaury e a agressão de que Serra foi vítima nesta quarta-feira. Nos dois casos, estamos diante das conseqüências do rebaixamento institucional a que o PT submeteu a política brasileira. É claro que há gente lá no Planalto achando que fez tudo direitinho: “Oba! Conseguimos jogar a coisa no colo do Aécio!” É hora de o senador eleito falar à população de Minas, onde é líder inconteste, e do Brasil como um todo: os mesmos criminosos que tentaram atingir a candidatura de Serra recorrendo a expedientes sórdidos buscam, agora, atingi-lo na reta final da campanha eleitoral. Vale dizer: o PT continua trabalhando.

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