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Reinaldo Azevedo

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O neo-racismo – Lista de cotistas da UFSC vaza pela internet

Matheus Pichonelli, na Folha. Voto depois:Em meio à polêmica da suspensão do sistema de cotas da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), determinada pela Justiça Federal, uma lista extra-oficial vazou na internet com o nome dos aprovados e a identificação dos cotistas por raça ou origem escolar.O desempenho de cada um é detalhado no documento. […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 5 jun 2024, 23h44 - Publicado em 30 jan 2008, 07h47
Matheus Pichonelli, na Folha. Voto depois:
Em meio à polêmica da suspensão do sistema de cotas da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), determinada pela Justiça Federal, uma lista extra-oficial vazou na internet com o nome dos aprovados e a identificação dos cotistas por raça ou origem escolar.
O desempenho de cada um é detalhado no documento. A universidade confirmou ontem que um hacker invadiu o sistema do Núcleo de Processamento de Dados da instituição e copiou o relatório, que não havia sido divulgado até então.
A lista oficial dos aprovados divulgada pela UFSC, no final de dezembro, não informava a classificação dos candidatos.
Anteontem à noite, um link para download foi colocado em uma comunidade sobre vestibular no Orkut por um internauta identificado apenas como “Vestibulando da UFSC”. Na lista que foi disponibilizada pelo usuário, havia o emblema da universidade e da Coperve (Comissão Permanente do Vestibular). São mais de 30 mil nomes em 806 páginas. A Polícia Federal informou ontem que, se a universidade enviar um ofício à corporação informando sobre o problema, poderá fazer perícia no sistema e tentar identificar o suspeito. Caso ele seja condenado, poderá pegar até três anos de prisão.
(…)
O vazamento acirrou ainda mais os ânimos. No começo do mês, a Justiça Federal de Santa Catarina suspendeu as cotas na UFSC, a pedido do Ministério Público Federal.
Na decisão liminar, o juiz Gustavo Dias de Barcellos afirmou que o sistema fere o princípio de igualdade assegurado na Constituição e determinou que as vagas fossem preenchidas por ordem de classificação dos candidatos.
(…)
A UFSC havia reservado 20% de 4.095 vagas para egressos de escolas públicas e 10% para negros. A universidade tem 20 mil estudantes de graduação.
Após saber da lista, uma integrante da comunidade no Orkut comentou: “Agora que dá pra saber quem é cotista e quem não é, o preconceito vai comer solto lá dentro”. Em outra comunidade contra o sistema, um aluno disse que os negros não poderiam entrar na UFSC “de cabeça erguida tirando menos da metade da nota daquelas pessoas que ficaram de fora por causa das cotas”.
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Convenham: até que a reação demorou, não é mesmo? E, como se hábito, em casos assim, vem da pior maneira.
A cota, uma estupidez racista, haveria, cedo ou tarde, de criar esses constrangimentos. Pior ainda quando os dados de desempenho são omitidos, estimulando a suspeita e a criação de mecanismos para tentar burlar o sigilo. É óbvio que essa violação é um crime e que se deve buscar e punir o responsável.
Da forma como são aplicadas, as cotas são uma óbvia agressão à Constituição. Vejamos o exemplo das universidades americanas que adotam o sistema. Por lá, não há vestibular. Os alunos são”admitidos” com base em dados do seu currículo escolar — e, claro, há a questão financeira: é preciso pagar.
Nas universidades públicas brasileiras, há um vestibular — as “privadas” já o estão dispensando. Trata-se de um concurso. E, num concurso, vence o melhor, quem é mais apto. Nesse sentido, não se distingue de uma prova de corrida ou de natação. O mais pobrezinho ou o que se sente discriminado pela cor da pele mereceriam alguns segundos de vantagem na competição?
“Educação não é corrida, seu reaça!” Ah, eu sei. Mas, se há um concurso que seleciona os melhores, as vagas têm de ser dos… melhores! Vejam como sou esquisito e tenho opiniões polêmicas.
Saúdo, aliás, o Ministério Público de Santa Catarina e o juiz Gustavo Dias de Barcellos por terem tido a coragem de reconhecer que a Constituição ainda está em vigor. Que país, não? Chegamos ao ponto de parabenizar alguém porque cumpre a lei!
A moralmente criminosa política de aplicação de cotas não justifica, claro, o crime da invasão de dados. Aí está a evidência de que o Ministério da Educação está pescando em águas tornadas turvas pelo racismo oficial.
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