O nanico Maranhão não consegue nem presidir a Câmara, mas já tem problema típico de bandido grande
Presidente interino da Casa tem sigilo bancário quebrado pelo Supremo, sob a suspeita de se meter em fraude com fundos públicos de previdência
E sigamos com o que parece ser uma sina, não é mesmo? Ter de tratar a política como se fosse uma delegacia de polícia. Waldir Maranhão (PP-MA), o presidente em exercício da Câmara, ainda não conseguiu ser reconhecido como tal por seus pares, mas já está com problema, vamos dizer, de bandido grande.
O ministro Marco Aurélio, do Supremo, determinou a quebra de seu sigilo bancário, a pedido da Procuradoria-Geral da República. Causa: fortes indícios de seu envolvimento com uma máfia que frauda institutos de previdência de servidores.
Como se vê, nada tem a ver com petrolão. Estamos falando de crimes de outra natureza, de outros mafiosos.
Com funcionava o esquema? Segundo informa a Folha, os representantes da estrutura criminosa cooptavam prefeitos e gestores de fundos municipais de previdência e lhes vendiam títulos podres, sem valor, que dariam necessariamente prejuízo àqueles entes. Em troca, pagavam propina aos que aceitavam negociar com o esquema. Segundo as investigações, os desvios podem ter chegado a R$ 50 milhões.
Essa investigação é um desdobramento da Operação Miqueias, deflagrada pela PF em 2013. Uma rede de empresas controladas pelo doleiro Fayed Antoine Traboulsi era usada para lavagem de dinheiro.
E Maranhão com isso? Num dos telefonemas interceptados pela PF, Fayed se refere ao deputado como o homem quer vai apresentar agentes públicos para fazer, digamos, negócios… Segundo reportagem publicada pela revista VEJA em maio, um dos delatores afirmou que o agora presidente interino da Câmara recebeu R$ 60 mil para fazer uma das intermediações.
Michel Saliba, advogado de Maranhão, diz que seu cliente é inocente, que nega ter recebido qualquer benefício indevido e que a quebra do sigilo é normal numa investigação dessa natureza. Segundo ele, isso servirá para mostrar a inocência do deputado.
Há pouco, afirmei aqui que o tamanho do estado é a fonte primitiva de quase toda sem-vergonhice que existe no Brasil com dinheiro público. Alguém poderia objetar: “Veja aí, Reinaldo, isso nada tem a ver com estatal ou tamanho do estado. E, no entanto, se for verdade, eis uma clara ação criminosa…”.
Ocorre que tem a ver, sim. Se agentes públicos não estivessem metidos no sistema previdenciário, igualmente público, esse tipo de safadeza não aconteceria. Ou alguém tem notícia de fundo de previdência privado comprando papel podre e investindo em arapuca de forma deliberada? Isso só se dá com os fundos públicos e de estatais.
Pois é… O nanico Maranhão não consegue presidir uma sessão da Câmara, mas já está com problema típico de bandido grande. A Justiça vai dizer se ele é ou não.