O mundo em desalinho

Noutro dia mandei pintar o escritório. Hoje, o marceneiro está instalando algumas prateleiras novas pra eu parar de tropeçar nos meus livros. Poderia ter optado por fazer a limpa. Alguns, eu nunca mais lerei. Sei que nem mesmo vou consultá-los. Ficaram pra trás. No passado. No meu passado também. Mas não consigo me desfazer. Os comunistas do Colégio São Bento veriam aí uma variante do “fetiche da mercadoria”. E se eu doasse os meus livros para os petralhas, hein? Já imaginaram os lulistas com alguma instrução?

Isso quer dizer que estou numa daquelas quebras de rotina que me deixam em parafuso. Escrevendo no laptop, teclado apertado, tela pequena. Mas o pior é o ambiente, que não é o meu, o de todo dia, o mundo como deve ser. Eu detesto novidades!