O marido de Patrícia Pillar, o neoliberalismo e o paleoliberalismo
O marido da atriz Patrícia Pillar, deputado Ciro Gomes (PSB-CE), disse que pode se candidatar à Presidência da República se perceber o alinhamento das forças do “neoliberalismo”. Santo Deus! O neoliberalismo já é tão “paleo”, que ninguém mais falava dele, coitado!, esquecido na gaveta dos culpados ignorados. Ele também considerou a hipótese de, se necessário, […]
Mas o que quer dizer o marido da atriz? Vamos ver.
Nessa notícia, mais importante do que o “quê” é o “onde”. Ele fez essas considerações em Belo Horizonte. Está na cidade para, junto com Aécio Neves (PSDB) e Fernando Pimentel (PT), fazer campanha para Márcio Lacerda, candidato de seu partido à Prefeitura. Lacerda é aquele caso que já classifiquei aqui como o primeiro biônico da democracia. Quase ninguém na cidade o conhece, mas foi escolhido pelos caciques para ser o candidato. Membro do PSB de Ciro, tem o apoio oficial do PT, que conta com o vice na chapa, e o extra-oficial do PSDB: a cúpula nacional petista vetou acordo com os tucanos.
O marido da atriz e Aécio trocaram afagos e rasgados elogios. Ambos estão empenhados em construir uma certa “nova hegemonia moral” na política. Um dos requisitos, como se vê, é pegar um desconhecido e transformá-lo em prefeito. Por enquanto, Lacerda está com 6% dos votos, empatado com o PSTU. Mas é de se supor que as duas máquinas gigantescas, a estadual e municipal, consigam alavancá-lo e tirá-lo do quase nada. Nova hegemonia dá trabalho.
O que é que Ciro chama “projeto neoliberal”? Ora, a eventual candidatura de José Serra, que teria, é quase certo, o apoio do DEM. Já Aécio… Bem, em Aécio, Ciro não vê características “neoliberais” naturalmente.
É… Como tudo isso é chato, não!? Vamos reconhecer: inventar um candidato, definido pelos donos da política na base do dedaço, não tem, com efeito, nada de “neo”. É uma das coisas mais velhas da política brasileira. É coisa verdadeira paleolítica. Tudo a ver com Ciro, um candidato verdadeiramente paleoliberal…
Sei lá… Achei meio “neoliberal” o João Emanuel Carneiro fazer a pobretona ser culpada, e a rica, inocente. Onde já se viu alguém inocente com US$ 20 milhões, ainda mais se não tiverem sido roubados de ninguém? Qualquer um com mais dinheiro do que o nosso direito ao ressentimento é sempre culpado, ora essa…
Lanço um manifesto para mudar a novela. Exigimos a inocência de Patrícia Pillar e o fim do neoliberalismo na novela das 9. Pela volta do peleoliberalismo também na ficção!!!