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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

O jornalismo-verdade a serviço da mentira

Do Portal Imprensa. Volto depois: A TV Brasil, que entrou no ar no último domingo dia 2 de dezembro, distribuirá cerca de 15 mil celulares com recursos de gravação de áudio e vídeo para criar uma rede de repórteres espontâneos. A iniciativa visa dar outra dimensão à informação. Orlando Senna, diretor-geral da nova emissora, declarou […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 20h06 - Publicado em 10 dez 2007, 21h53

Do Portal Imprensa. Volto depois:

A TV Brasil, que entrou no ar no último domingo dia 2 de dezembro, distribuirá cerca de 15 mil celulares com recursos de gravação de áudio e vídeo para criar uma rede de repórteres espontâneos. A iniciativa visa dar outra dimensão à informação. Orlando Senna, diretor-geral da nova emissora, declarou que esta iniciativa reproduz experiências de outras emissoras, em geral, públicas, principalmente na Itália e América Latina. Senna ressalta que já são usadas esporadicamente, imagens captadas por celulares em TVs comercias. Segundo informações do O Estado de S.Paulo do último domingo (09), a iniciativa dará visibilidade a jornalistas não-profissionais.

A TV Brasil é fonte de discórdia no governo e gera discussões em toda a sociedade brasileira. Em sabatina realizada pela Folha na última quinta-feira (06), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou que há grande possibilidade de ingerência, pois, segundo ele, o governo tem significativas dificuldades de infiltrar-se na direção de empresas em geral. FHC salientou que a TV pública poderá ser um desperdício de dinheiro caso seja usada como porta-voz do governo, já que o mesmo tem autonomia de convocar a imprensa para fazer comunicados.

O diretor-geral declarou que ouvirá o público para efetuar mudanças na programação 2008. Além de apresentar novos produtos, Senna tem intenção de criar um programa infantil baseado em depoimentos de crianças. “Quero trabalhar baseado muito em um grupo infantil de trabalho”. Senna afirmou que o mais difícil é trabalhar a concepção do telespectador que recebe o conteúdo embalado. A intenção do diretor-geral é criar um público que participe do processo de criação dos conteúdos, o que justificaria a doação de quase 15 mil celulares para “repórteres espontâneos”. “Queremos o espectador-cidadão”.

Comento
Oba! Agora vai! E os sindicatos de jornalistas do Brasil inteiro? Não vão dizer nada? E aquele aparelho petista que atende pelo nome de Fenaj — a tal Federação Nacional dos Jornalistas? Isso não caracteriza exercício irregular da profissão, não?

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É claro que estou brincando. Estou apenas testando os critérios com os quais essa gente lida. Esses aparelhos do petismo são todos defensores do diploma para o exercício do jornalismo. Eu não sou. Estou certo de que acham que a obrigatoriedade só deve valer para as empresas privadas.

Eis aí. Vejam no que estão querendo gastar o seu dinheiro, leitor amigo. Os brasileiros, cheios de idéias na cabeça, agora também terão uma câmera na mão, doada pelo governo. Será o jornalismo-verdade a serviço de uma mentira ideológica. Mentira por quê? Querem passar a impressão de que as ruas irão para a tela da TV, sem filtros. Trata-se de uma empulhação formidável.

É isso aí. Essa gente vai gastar uns estimados R$ 800 milhões por ano para ficar brincando de concorrer com o YouTube. Esse é o novo padrão profissional que querem ensinar às TVs comerciais.

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Fosse tão fácil, pensem bem: a TV Globo já teria distribuído minicâmeras e celulares aos motoristas de táxi. No fim do dia, a emissora teria uma espécie de resumo do que aconteceu no Rio ou em São Paulo. Bastaria selecionar e mostrar. Mas jornalismo é um pouco mais do que isso, não?

Essa gente é mesmo de um ridículo atroz. Ninguém tem a menor idéia do que fazer com o brinquedo. Franklin Martins fazia comentários políticos na Rede Globo, mas achava que podia ser Roberto Marinho. Aí teve uma idéia: por que não tentar? Com que dinheiro? Ora, com o nosso.

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