O homem de bem é que tem de ser a referência, não o bandido
A propósito do post abaixo e do possível voto do ministro Luiz Fux sobre o Ficha Limpa, cumpre observar algumas coisas. É claro que a lei colaborou para impedir que alguns larápios voltassem ou chegassem ao Congresso. Mas a quais meios se recorre para isso? Todos eles têm seu grau de “eficiência”. Escolha aleatoriamente um […]
A propósito do post abaixo e do possível voto do ministro Luiz Fux sobre o Ficha Limpa, cumpre observar algumas coisas. É claro que a lei colaborou para impedir que alguns larápios voltassem ou chegassem ao Congresso. Mas a quais meios se recorre para isso? Todos eles têm seu grau de “eficiência”. Escolha aleatoriamente um grupo de mil pessoas e meta todos em cana. A chance de você prender alguns bandidos é gigantesca. Mas vale a pena recorrer a esse método? Colabora para um mundo mais civilizado?
No dia em que leis no país puderem retroagir, estaremos no pior dos mundos; os governos de turno poderão recorrer ao expediente para fazer “justiça retroativa”; extingue-se a própria noção de direito. É uma questão de princípio.
Numa entrevista que concedeu logo que deixou o Supremo, o ministro Eros Grau chamou a atenção para isso. E previu que uma eventual derrubada desse aspecto da lei no Supremo geraria contratempos porque já se deu posse a alguns parlamentares. Pois é.
Uma outra questão para refletirmos: não faz sentido agredir direitos fundamentais de todos os cidadãos sob o pretexto de punir bandidos. A ser assim, os bandidos viram o critério de regulação da vida dos homens de bem, quando o certo é o contrário: os homens de bem e que devem ser a referência para que se defina o que é bandidagem.