O Exército e o tal “bispo”
Vamos botar um pouco de ordem na orgia de opiniões e interpretações. O que tenho escrito nestes três dias? Que demonizar a participação, que considero necessária, das Forças Armadas no combate ao crime organizado é uma tolice do convencionalismo. Afirmar que o Exército, por exemplo, é preparado para a guerra é só um chavão, um […]
O que tenho escrito nestes três dias? Que demonizar a participação, que considero necessária, das Forças Armadas no combate ao crime organizado é uma tolice do convencionalismo. Afirmar que o Exército, por exemplo, é preparado para a guerra é só um chavão, um clichê. Mas até ele serviria. Na forma como se dá o narcotráfico no Rio, com o domínio do morro por siglas sinistras, estamos falando de parcelas do território brasileiro que foram tomadas pela bandidagem. Então, se quiserem, trata-se mesmo de guerra.
Mas vamos devagar. Será que eu apóio que o Exército seja chamado para garantir uma obra eleitoreira do bispo Crivella, candidato a prefeito do Rio por um partido que praticamente pertence a uma seita religiosa? ORA, É EVIDENTE QUE NÃO.
De fato, trata-se de um desvio de função e de um erro dos nossos, como é mesmo o nome?, “governantes”. Aliás, eu, que tenho tanto defendido o Exército, farei agora uma crítica: os nossos generais, a maioria ao menos, padecem do pecado do convencionalismo nessa questão; eles são contra atribuir o que chamam “função de polícia” às Forças Armadas (embora eu não defenda isso, não…). Pois bem: se resistem a que se faça isso de maneira organizada, pensada, “militarmente correta”, como podem condescender com o uso de soldados como “segurança” de uma obra imaginada pelo tal “bispo” candidato? Tenham paciência, né?
É evidente que a melhor maneira de sabotar uma solução é aplicar medidas de maneira errada ou parcial. É o que se fez nesse caso. Chamaram os soldados para se comportar como obreiros da Igreja Universal do Reino de Deus, e a possibilidade de, um dia, as Forças Armadas cumprirem a sua função e recuperarem as partes do território brasileiro que nos foram tomadas ficou ainda mais distante.
O Exército, cujo comandante máximo é o presidente da República, não pode se prestar a chicanas eleitoreiras. Mas isso não quer dizer que, agora, deva se subordinar à vontade do narcotráfico, que o quer longe da favela.
Flávio Bolsonaro cresce e já ameaça Lula no embate direto, aponta nova pesquisa
A empresa que redobrou aposta em ações de dona da Havaianas após boicote da direita
Ex de Ivete Sangalo se pronuncia após Natal com família da cantora
O recado de Jim Caviezel à familia de Jair Bolsonaro
Após encrenca com SBT, Zezé Di Camargo reaparece na TV Globo







