O Exército e o Morro da Providência 2 – Como o narcotráfico quer
As TVs já estão mostrando com grande destaque, e as fotos estarão estampadas amanhã em todos os jornais, como, diga-se, é o correto: moradores do Morro da Providência em choque com soldados do Exército no centro do Rio. Ora, é evidente que se trata de uma manifestação orquestrada pelo narcotráfico, descontente com a presença do […]
Ora, é evidente que se trata de uma manifestação orquestrada pelo narcotráfico, descontente com a presença do Exército na favela. Se estamos mesmo diante de um caso de infiltração da Força pelo tráfico, o razoável é buscar a origem desse troço no Comando Vermelho, que chefia o morro da Providência, ou no tal Amigos dos Amigos, do Morro da Mineira?
A resposta é simples: a quem interessa que o Exército deixe o Morro da Providência:? Parece que é ao Comando Vermelho, não? Os três rapazes da “comunidade” que foram mortos serviram, muito provavelmente, de boi de piranha para que se chegasse à reivindicação de agora: que os soldados deixem o local. Assim o tráfico pode fazer o seu trabalho sem ser molestado por ninguém.
Aqui uma observação é necessária: a presença do Exército na Providência não expulsou o CV de lá, não. Eles passaram a conviver. O crime não perdeu o controle do território — e é evidente que este não é o tipo de ocupação que defendo. A “minha” expulsa de lá os criminosos. Ainda que os bandidos continuem a fazer o seu trabalho, a presença dos militares é sempre incômoda — quando menos, cria dificuldades para a turma do asfalto que sobe para buscar o pó. A carne “branca” que faz este trabalho é mais cara e mais covarde do que a carne preta que fornece seus cadáveres ao narcotráfico. Continuo no post seguinte (leia o post abaixo).