O Exército e o Morro da Providência 1 – mortes e confronto
Estou recebendo alguns insultos — o que eu tenho com isso? — por conta de mais um dos descalabros ocorridos no Rio ligados à Segurança Pública. Como vocês sabem, onze soldados do Exército tiveram a prisão temporária decretada. Eles detiveram três rapazes no morro da Providência, que é chefiado pelo Comando Vermelho (CV), e os […]
O que o Exército faz no Morro da Providência? Cumpre ordens do Ministério da Defesa, a pedido do Ministério das Cidades, para garantir a execução de obras do PAC. A presença militar no morro foi reforçada. Depois do enterro, moradores foram em passeata até a sede do Comando Militar do Leste para protestar e exigir o fim da presença dos soldados na favela. Houve confronto, e os mais exaltados foram contidos com bombas de gás lacrimogêneo.
E por que a petralhada resolveu me agredir? Porque defendo — e não mudei de idéia — a ocupação permanente (ou enquanto for necessária) dos morros do Rio pelas Forças Armadas. O contra-argumento é que esses soldados foram feitos para a guerra e que existe, o que se estaria provando agora, o risco de o narcotráfico se infiltrar nas fileiras militares. Sim, sei que existe. Já tratei disso, e o ocorrido prova que isso talvez já tenha acontecido. Mas terá sido por causa da presença do Exército ali? A infiltração já não teria se dado antes?
Bem, se o Exército está impedido de se envolver numa operação como essa porque vai necessariamente se contaminar, de que operação pode, então, participar? Sempre haverá o risco da infiltração inimiga. Isso é parte do risco. O serviço de Inteligência é que precisa atuar para punir os faltosos e/ou criminosos.
É claro que o que aconteceu é muito grave. Mas os soldados já estão presos. E se trata de uma ação isolada de soldados, não de uma prática comum do Exército, que, como regra geral, cumpre a sua função. Mas aí temos os plantadores de vento que esperam colher tempestades, de que falarei no post seguinte.