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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

O estranho protesto de “moradores” da favela Real Parque

“Moradores” de uma favela de São Paulo fizeram ontem um “protesto”. Leiam reportagem do Estadão.Vejam se vocês percebem algo de estranho. Volto em seguida. Por Damaris Giuliana e Tiago Dantas, no Estadão: Um protesto de moradores da Favela Real Parque, no Morumbi, zona sul, bloqueou ontem, por cerca de 1h30, a Marginal do Pinheiros, sentido […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 14h06 - Publicado em 28 set 2010, 17h19

“Moradores” de uma favela de São Paulo fizeram ontem um “protesto”. Leiam reportagem do Estadão.Vejam se vocês percebem algo de estranho. Volto em seguida.

Por Damaris Giuliana e Tiago Dantas, no Estadão:
Um protesto de moradores da Favela Real Parque, no Morumbi, zona sul, bloqueou ontem, por cerca de 1h30, a Marginal do Pinheiros, sentido Interlagos, na altura da Ponte Octavio Frias de Oliveira. Na sexta-feira, 320 barracos foram queimados em um incêndio cuja causa ainda não foi descoberta. Dois ônibus foram usados para bloquear a via e pneus foram queimados. A Polícia Militar reagiu com bombas de gás.

Segundo relato do motorista de um dos ônibus usados para interditar a via, que não quis se identificar, dois homens invadiram o veículo por volta das 18h30 para iniciar a manifestação. Eles se comunicavam por rádio com outras pessoas. “Parei no ponto para deixar dois passageiros. O ônibus estava lotado. Entraram dois caras, tomaram a direção e colocaram o ônibus no meio da pista, atravessado. Eles começaram a quebrar as janelas, os passageiros entraram em pânico e saíram correndo. Eles gritavam que queriam as casas deles de volta.”

De acordo com o tenente Teizen, do 16.º Batalhão da Polícia Militar, os manifestantes estavam bastante alterados. “Fomos recebidos com certa hostilidade. Jogaram pedras, rojões e botijões de gás.”

Trânsito
A pista expressa foi liberada às 19 horas, segundo a PM. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que, nesse horário, havia 7,1 quilômetros de congestionamento, da Ponte do Jaguaré até a Ponte do Morumbi. Avenidas como Giovanni Gronchi e Morumbi tiveram tráfego intenso.

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A pista local permaneceu bloqueada até as 19h55, quando a CET conseguiu rebocar um ônibus de turismo da empresa Anjo Azul, que foi depredado. A CET e a PM orientaram os motoristas a retornar na contramão até o Shopping Cidade Jardim para que entrassem na via expressa. Dezenas de ônibus articulados das empresas Campo Belo, Gatusa, Transkuba e VIP, integrantes do Consórcio 7, foram esvaziados. Os passageiros tiveram de esperar por outras conduções na pista expressa. Para desocupar a via, os veículos voltaram de ré.

Cenário
Dezenas de viaturas e motos do policiamento ostensivo e da Força Tática foram para o local. Diversas ambulâncias do resgate e caminhões do Corpo de Bombeiros também foram acionados. Por volta das 19h30, o cheiro de objetos queimados ainda era forte, apesar da chuva. Centenas de pedras e estilhaços de vidro estavam espalhados pela Marginal. A reportagem encontrou uma granada detonada. Na calçada, havia restos de móveis e de eletrodomésticos queimados.

Os poucos moradores que permaneciam na via passavam o tempo todo observando a movimentação da polícia. Entre si, reclamavam por não poderem subir para suas casas. Policiais entraram na favela e, da Marginal, eram ouvidos disparos. O capitão Luis Dias confirmou o uso de “material para conter distúrbio”. Segundo ele, o policiamento permaneceria na região durante toda a madrugada.

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Em nota, a Secretaria Municipal de Habitação condenou a ação e informou que o protesto foi iniciado após reunião com vítimas do incêndio de sexta-feira. Nela, a Prefeitura teria informado que os moradores receberiam auxílio aluguel de R$ 400 por quatro meses e uma garantia de moradia definitiva, mas “uma pequena parcela dos moradores não aceitou essa decisão”.

Voltei
E então?

Vocês já viram protesto espontâneo de moradores ser coordenado por homens com radiocomunicadores? É claro que vocês nunca viram porque os cidadãos, morem ou não em favela, não costumam andar por aí com esse instrumento. Isso costuma ser coisa de polícia ou de bandido. Policiais, evidentemente, não eram.

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Notem que os protestos surgiram depois que a Prefeitura foi ao local para tratar justamente do tal “Bolsa Aluguel” para auxiliar os moradores que perderam suas casas num incêndio. Também se fez o cadastro para entregar casas populares preferencialmente às vítimas.

Há coisas que são muito engraçadas. Quando essas generosidades são praticadas por petistas, os beneficiados agradecem emocionados ao governante da hora; se o dito-cujo não tem a ventura de ser um desses “amigos do povo” com a estrela no peito, vem porrada! Que Bolsa Aluguel o quê!? Que casa o quê!? O negócio é queimar pneu!

Esse mês de setembro anda mesmo esquisito. Há, assim, um estranho miasma na cidade de São Paulo. Um problema no metrô — uma blusa ou qualquer outro — provoca a paralisação de uma composição e a depredação simultânea em 14 composições do metrô, o que é absolutamente excepcional. “Moradores” de uma favela beneficiada com um programa de assistência respondem com arruaça — e os líderes recorrem a radiocomunicadores para organizar o “protesto”.

Seria a proximidade das urnas? Em 2006, o nome do miasma era PCC.

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