O dinheiro de Harvard, o dinheiro da USP-Unicamp-Unesp e a histeria aos (z)urros
Já ouviram falar de Harvard? Pois é. É a universidade mais importante do mundo. Seu orçamento anual? US$ 2,8 bilhões, que não saem dos cofres do estado ou do governo americano. Orçamento das universidades paulistas? Mais de US$ 2,1 bilhões. Inteiramente saídos do bolso dos contribuintes. Harvard tem um programa de bolsas — e, claro, […]
Harvard tem 40 Prêmios Nobel na sua história; a USP, nenhum. É verdade que a premiação existe desde 1901 e que a universidade americana é de 1636. Nos 106 anos em que a trajetória do Prêmio e da instituição são coincidentes, Harvard tem um Nobel a cada 2,6 anos. A USP foi fundada há 73 anos e, até agora, nada. Observem: não estou fazendo pouco da mais importante universidade brasileira, não. Muitos pesquisadores saíram daqui para brilhar no exterior, inclusive em Harvard. O QUE ESTOU DIZENDO É QUE NÃO FALTA DINHEIRO ÀS UNIVERSIDADES ESTADUAIS. Falta é eficiência. E, claro, o pior de todos os seus males é esse proselitismo histérico.
Autonomia? Boa parte da pauta dos invasores está relacionada justamente à autonomia. Há duas décadas, a USP é soberana para decidir o que fazer com o seu dinheiro. Vá perguntar em Harvard o que se entende por “autonomia”, se ela se confunde com autocracia. De jeito nenhum!
E não custa lembrar: Harvard custa, sim, muito caro para quem paga. Mesmo assim, é imenso o número de alunos que fazem doações regulares à universidade, gratos que são por tudo o que lá aprenderam. E no Brasil? E na USP, Unicamp e Unesp? O que os valentes formados, gratuitamente, nessas instituições devolvem às mesmas ou à sociedade? Nada! Quando menos, haveria de ter alguma forma de trabalho voluntário obrigatório por pelo menos um ano, já que falar em cobrar mensalidade corresponde a tocar no nefando.
A questão universitária no Brasil virou um problema de castas. O grande temor é que se abra a caixa preta das faculdades, institutos e departamentos. Simula-se a existência de uma questão política para esconder o sistema de privilégios.
Faz-se um debate às cegas, histérico, não aos urros, mas aos zurros.