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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

O deprimente fim da CPI do Apagão Aéreo no Senado: termina tudo em “PTsa”

A CPI teve seu momento de glória na gestão Collor por razões que não preciso explicar. Na gestão, algumas foram instaladas. Ou o governo lutou para evitá-las — em qualquer caso, houve desgaste. O PT, hábil manipulador de comissões em governos alheios, demonstrou que consegue ser ainda mais eficiente em desmoralizá-las. Foi o que se […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 20h15 - Publicado em 1 nov 2007, 05h07

A CPI teve seu momento de glória na gestão Collor por razões que não preciso explicar. Na gestão, algumas foram instaladas. Ou o governo lutou para evitá-las — em qualquer caso, houve desgaste. O PT, hábil manipulador de comissões em governos alheios, demonstrou que consegue ser ainda mais eficiente em desmoralizá-las. Foi o que se viu com a CPI do Apagão Aéreo no Senado. O barulho é pequeno porque já ninguém dá muita bola. Tudo vai escorrendo, assim, pelo ralo. A pantomima estrelada pelo deputado João Pedro, do PT do Amazonas, entra para a história do Congresso.

Só para lembrar: o relator da comissão era o senador Demóstenes Torres, do DEM. Em seu relatório, acusou a existência de uma quadrilha na Infraero, liderada pelo deputado petista Carlos Wilson (PE), que presidiu a estatal. Nota: a corrupção na empresa, reconhecem até relatórios oficiais, é clamorosa. O que fez o PT por meio do tal João Pedro? Elaborou um relatório paralelo cujo fito foi, acreditem, livrar a turma da Infraero, a começar de seu colega de partido. Wilson já tinha avisado que não cairia sozinho. Como o governo tem maioria na comissão, decidiu aprovar seu próprio relatório. Em protesto, a oposição ausentou-se da votação, e o texto elaborado só para livrar a cara da quadrilha foi aprovado por 6 a 1.

João Pedro, não sei se lembram, é aquele que foi escolhido para ser o relator do caso Schincariol, na penca de denúncias contra Renan Calheiros (PMDB-AL). Rigoroso como sempre, ele adiantou que pediria o arquivamento da denúncia sem fazer uma miserável diligência. Como a covardia e o descaramento dessa gente não poupam nem alguns aliados tornados incômodos, o valente tentou manter a aparência de rigor, pedindo, como Demóstenes o fizera, o indiciamento de Denise Abreu, ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Como ela se tornou um símbolo da ruindade da Anac e não tem a importância política de Wilson, João Pedro decidiu usá-la para manter as aparências, homenageando, então, o vício com a virtude.

E assim morreu a CPI do Apagão Aéreo no Senado. Na verdade, assim foi o apagão para o ralo da história, com seus 353 mortos. Um fim melancólico, que, é claro, nem foi percebido por parte da oposição porque ela está ocupada em negociar a continuidade da CPMF com o governo Lula.

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