O Crepúsculo dos Deuses
Há uma boa chance de o mundo já ter acabado, e ninguém ter nos avisado — a mim ao menos. Com esse negócio de redes sociais, foi impossível o caso, como é mesmo?, Robert Pattinson/Kristen Stewart não saltar na tela do meu computador. É o casal da, como se diz, “saga Crepúsculo”, um troço qualquer […]
Há uma boa chance de o mundo já ter acabado, e ninguém ter nos avisado — a mim ao menos. Com esse negócio de redes sociais, foi impossível o caso, como é mesmo?, Robert Pattinson/Kristen Stewart não saltar na tela do meu computador. É o casal da, como se diz, “saga Crepúsculo”, um troço qualquer ligado a vampiros, não sei bem e não vou pesquisar. A foto da dupla está em todo canto. Parece que a moça lhe pôs uns cornos vistosos, para todo mundo e todo o mundo ver, com um diretor de cinema (a imagem do Ricardão sugere muitos miligramas a mais de testosterona do que a do titular). Leio na VEJA Online que ela se arrependeu, mas o traído se sentiu humilhado e pensa em exigir desculpas públicas. Ah, bom! Com desculpas, vá lá… O mundo, segundo entendi, está profundamente dividido a respeito.
O que aconteceu com a humanidade, hein?
“Crepúsculo?” Só se for o “dos deuses”, nome em português do magnífico “Sunset Boulevard”, de Billy Wilder. O filme é de 1950. E isso quer dizer que, há 62 anos, já se disse no cinema tudo o que poderia ser dito sobre fama, glória, decadência e misérias íntimas. O roteirista Joe Gillis (William Holden) se acoita, fugindo de credores, na casa da atriz Norma Desmond (Gloria Swanson), uma ex-estrela do cinema mudo que alimenta o sonho de voltar ao topo. Quem viu sabe por quê. Quem não viu tenha a chance: dá tudo errado — vejam como.
Ninguém foi tão duro com a fama e com a cultura da celebridade como… Hollywood, e isso num tempo em que ela durava mais do que 15 minutos.
Vamos ver se Pattinson acolhe o chifre e perdoa Kristen etc e tal. Depois do que vi hoje na abertura dos Jogos Olímpicos… Começou com Shakespeare e quase acaba tudo num rap, assim, multiculturalista, não fosse Paul McCartney… É o Shakespeare possível.