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Reinaldo Azevedo

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O cerne da questão

Uma resposta impensada pode ajudar a pensar. Num dos pots, indaguei:“Em que momento e fundamentada em que valor a sociedade vai declarar que a vida é inviolável?” Ai me responde o leitor:No momento em que existe um indivíduo dotado da faculdade da razão. Vida, afinal, não vale nada por si – matamos coisas vivas todos […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 20h02 - Publicado em 21 dez 2007, 23h08
Uma resposta impensada pode ajudar a pensar. Num dos pots, indaguei:
“Em que momento e fundamentada em que valor a sociedade vai declarar que a vida é inviolável?”

Ai me responde o leitor:
No momento em que existe um indivíduo dotado da faculdade da razão. Vida, afinal, não vale nada por si – matamos coisas vivas todos os dias sem a menor preocupação. É a vida de um ser racional que é preciosa, exatamente por ser ele dotado da capacidade de autodeterminação. A autodeterminação, no entanto, só pode ser exercida por um indivíduo – um ser independente. Não dá pra exercer autodeterminação quando sua existência é condicionada à de sua mãe. O ser humano, por ser dotado da faculdade da razão, adquire direitos no momento que nasce – quando se torna independente. E isso não é convenção social nem dogma religioso – é um fato.

Comento
Com mais ou com menos elaboração, a resposta padrão é essa mesmo. E é por isso que estou com a Igreja Católica nesse caso — como em muitos outros. O aborto, assim, poderia ser feito até minutos antes da plena maturidade do feto para o nascimento. Em nome do pragmatismo, estariam abertas as portas — e me digam por que não — para a produção de seres humanos que serviriam apenas ao propósito de funcionar como banco de órgãos. Aí, sim, de maneira inédita, a vida humana seria mercadoria — não mais uma metáfora, mas um fato.

Sim, leio uma coisa ou outra a respeito. “Ah, mas só seria permitido o aborto, por exemplo, antes da formação da estrutura neuronial” — ou coisa do gênero. Por quê? Ela é dotada de alguma vontade reconhecível, explicita, manifesta? Acho que não. E o que fazer com os deficientes, alguns deles brilhantes, mas dependentes, muitas vezes, da existência de terceiros, assim como um feto depende de sua mãe? Vamos atirá-los no precipício, como em Esparta? Sufocá-los com matinho no nariz, como os ianomâmis? Criaremos a hierarquia das vidas que valem a pena ser vividas?

Negar o princípio da inviolabilidade da vida já na concepção transfere a necessidade de um marco definidor para algum momento da trajetória humana. Quando? Que homem se sente à vontade para substituir a inspiração do Deus que consideram tão ditatorial e imperfeito?

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